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A necessidade de comunicar-se, de conhecer a respeito do outro, é tão antiga quanto o próprio ser humano. Em épocas tribais, a comunicação era falada. Conforme a sociedade foi evoluindo, as formas de comunicação foram se sofisticando.

Na Grécia clássica os oradores davam notícias faladas. Na época romana, a estrutura do império necessitava um meio para difundir as notícias que freqüentemente se misturavam com os rumores.

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Para evitar informações erradas idearam colocar nos muros das cidades mais importantes uma tábua em branco onde as notícias mais importantes eram escritas.

Nos séculos XIV, XV e XVI existiram na Europa numerosas folhas manuscritas com notícias diversas, enviadas de forma mais ou menos regular a distintos clientes que pagavam por este serviço. Eram os avisos, segundo o nome dado em Veneza, e são considerados como os antecedentes diretos das revistas e os jornais que começaram a aparecer na Europa a partir do século XVII. Podemos assim dizer que as origens das agências e da imprensa são os mesmos e nascem da mesma necessidade social.
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Em 1832 um negociante quase arruinado, Charles-Louis Havas,
(considerado o primeiro fundador de uma agência de imprensa) francês de origem húngara, instalou em Paris um escritório de traduções de jornais estrangeiros, ao qual deu o nome de Correspondente Havas.

Estas traduções eram enviadas como serviço fixo por ASSINATURA para os poderes e particulares, igualmente ao que acontece hoje em dia pelos meios de comunicação. Havas teve êxito e em 1835, três anos depois mudava o nome de correspondente, pelo de agência, e foi a primeira agência a vender a publicidade junto ao jornal.

Havas percebeu que a rapidez era fundamental e por isso instalou a sua agência próxima de uma agência de correios, o que lhe dava uma vantagem inicial sobre sus competidores. Graças a essa estratégica posição perto dos correios, utilizou os mais modernos meios técnicos de comunicação, como telégrafo óptico e elétrico posteriormente, para a reprodução de seus espaços e recebimento e envio das notícias.

Embora pequena, era muito ativa. Sua especialidade: Coletar e distribuir notícias da Alemanha, principalmente políticas e financeiras, e distribuí-las a jornais, empresas, associações comerciais e órgãos do governo da França.
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Carlos González Reigosa cita em seu livro "El periodista en su circunstancia " que o diretor de Havas, Chales Houssave, na época das entre guerras mundiais, gostava de contar uma anedota que ressalta a importância das agências de imprensa.

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Em 5 de maio de 1821 morria na ilha de Santa Helena, "Napoleão Bonaparte", o homem mais conhecido de seu tempo. A notícia de seu falecimento levou dois meses para chegar ao continente. "Dois meses!!!".

Pouco mais de um século depois acrescenta González Reigosa, em 25 de novembro de 1934 inaugurava-se na mesma ilha de Santa Helena o Museu Napoleão, um fato apenas relevante. No entanto este sucesso foi notícia em todo mundo no mesmo dia em que aconteceu.

O que terá acontecido em tão pouco espaço de tempo? O nascimento das agências de imprensa com o amparo dos progressos tecnológicos e os meios de comunicação.

Já a morte do presidente Abraham Lincoln, na madrugada de 15 de abril de 1865, em conseqüência do tiro fatal que recebera na noite anterior no Teatro Ford em Washington, seria conhecida pela Europa apenas uma semana depois. E muito, muito tempo depois chegaria aos demais continentes. O telégrafo intercontinental só viria no ano seguinte, 1866, ao entrar em funcionamento o primeiro cabo submarino ligando a Europa aos EUA. O telefone seria inventado dez anos depois, em 1876. Quanto ao rádio e à televisão, nem pensar.

E o título de hoje "tecnologia da informação", vem da história que relatamos a seguir: Israel Beer Josaphat nasceu em Kassel, Alemanha, em 1816 e seu primeiro trabalho foi no banco de um parente, na cidade de Göttingen.

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Foi em Göttingen que Israel conheceu seu compatriota Carl Friedrich Gauss, cientista e matemático. Em 1833, Gauss e outro alemão, Wilhelm Weber, idealizaram o telégrafo, sem saber que, no outro lado do mundo, o norte-americano Samuel Morse (pintor e inventor do código Morse), estava fazendo a mesma coisa.

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Em 1848 e em conseqüência dos movimentos revolucionários na Alemanha, Israel Beer Josaphat e Bernhard Wolf, chegam a Paris. Graças a seus conhecimentos de idiomas, começaram a trabalhar com Havas na agência de imprensa.

A experiência despertou em Israel Beer Josaphat o velho desejo de ter o seu próprio negócio. Assim, ele reuniu as economias e abriu a sua própria agência adotando o pseudônimo de "Paul Julius Reuter". Porém, como ele ainda não era conhecido na França, seu boletim de notícias não conquistou a confiança de ninguém. Embora derrotado nesta primeira tentativa de vôo "solo", e apesar da pouca idade, "Paul Julius Reuter" era muito prático:

Em vez de lamentar-se, levantou acampamento e voltou à Alemanha. Disposto a não desistir dos velhos sonhos, decidiu ancorar, em 1849, na cidade de Aachen, encostada na fronteira com a Bélgica, e onde achou uma esposa, Ida, e um velho conhecido, o telégrafo. Seu faro para negócios de comunicações imediatamente detectou uma oportunidade de ouro.

Aachen fazia parte do projeto de um importante circuito de telegrafia interligando Paris e Berlim. Além de Aachen, outro ponto intermediário do circuito era Bruxelas, capital da Bélgica. Assim, a linha saía de Paris, chegava a Bruxelas, deveria seguir para Aachen e atingir Berlim.

Os trechos Paris-Bruxelas e Aachen-Berlim já estavam prontos e operando. Mas, por diversas razões, a construção do trecho Bruxelas-Aachen continuava paralisada.

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Isso gerou uma situação constrangedora para os idealizadores do projeto. Os telegramas de Paris destinados a Berlim eram transmitidos instantaneamente para Bruxelas e de Aachen para Berlim.

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Porém, de Bruxelas para Aachen o trecho mais curto do circuito, eram transportados de trem e demoravam nove horas para chegar ao destino.

Os relatos frescos e vibrantes e o manejo da informação como arma de guerra estaria nascendo quando "Paul Julius Reuter" fundou a agência de noticias "REUTERS". Na Europa outras agências copiaram a fórmula que Havas havia ideado na França e que seus discípulos estenderam a outros territórios, mas nenhuma teve a força das três primeiras, que ademais tiveram o acerto de não competir entre elas e que em 1859, dividiram o território, quer dizer o mercado.

Havas dominou a Europa ocidental e meridional, os territórios franceses de ultramar e Ibero-americana, Wolf tinha o norte, o centro e o leste da Europa e Reuter todos os territórios até então dominados pela Grã Bretanha.

Julius Reuter uniu os terminais telegráficos de Aquisgram (Alemanha) com os de Veviers (Bélgica) separados por duzentos quilômetros sem fios por um meio de comunicação muito inovador e criativo.

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Julius Reutter e um taberneiro amigo, que era um conceituado "Columbófilo" (tratador de pombos correios) da região, negociaram o aluguel de uma "FROTA" de 45 pombos correio que transmitiriam notícias e preços de ações entre Bruxelas e a Alemanha em duas horas, superando o sistema ferroviário em seis horas. Utilizando uma rede "mista" de comunicação formada por telégrafos e pombos.

Reuter já sabia que entre os maiores usuários do telégrafo Paris-Berlim estavam os bancos e os corretores das bolsas das duas capitais, interessadíssimos em conhecer a lista das cotações das ações negociadas em cada pregão.

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Em pouco tempo Reuter montou o seu esquema: Contratou um agente em Paris que telegrafava a lista da bolsa local para Bruxelas. Em Bruxelas outro agente seu recebia a lista, amarrava-a aos pés de um pombo-correio e o soltava em direção a Aachen, onde era recebido pelo próprio Reuter. Este, então, telegrafava a lista para Berlim, onde era recebida por outro agente de Reuter, que a distribuía aos bancos e aos corretores com sete horas de antecedência sobre o prazo normal. De Berlim o mesmo esquema era seguido rumo a Paris.

Os bancos e os corretores das bolsas das duas capitais imediatamente reagiram com surpresa e também com desconfiança, mas assim que cotejaram a lista de Reuter com a lista costumeira aquela que ia de trem de Bruxelas a Aachen e vice-versa imediatamente tornaram-se clientes de Reuter. A alegria deste e de Ida foi enorme, mas não durou muito. Meses depois as obras do telégrafo entre Aachen e Bruxelas foram retomadas e concluídas.

Reuter, que já esperava por isso, não se abalou. Ele sabia que em breve teria novas e brilhantes idéias que o levariam a novos e rentáveis empreendimentos. Agora, mais do que nunca, tinha certeza de que nascera para ganhar dinheiro com notícias e informações.

Em 1851 um novo cabo submarino ligou a França, em Calais, à Inglaterra, em Dover. Foi a primeira ligação telegráfica estabelecida entre o continente europeu e as ilhas britânicas. Reuter sabia que chegara a hora de ampliar seu horizonte e decidiu instalar um escritório de notícias em Paris, para dali cobrir Londres e outras capitais européias. Fixar-se em Paris era um velho plano dele e de Ida. E já se dispunha inclusive a naturalizar-se francês quando percebeu que a milenar burocracia do governo jamais concordaria em dar-lhe licença para a abertura de sua agência.

Reuter não teve dúvidas:  - Mudou-se para Londres, naturalizou-se inglês e recebeu dos funcionários de Sua Majestade, a rainha Vitória, todas as facilidades para instalar-se nos domínios britânicos. E aí começou oficialmente a Reuters.

Mas a vida na capital inglesa a princípio não foi tão fácil. Enquanto a cobertura das bolsas era relativamente bem aceita pelos bancos e corretores locais, os jornais recusavam-se a aceitar o noticiário de Reuter, alegando não só que já possuíam seus próprios repórteres, como também insistindo que o famoso cabo submarino não poderia ser assim tão confiável, e sempre correria o risco de partir-se no fundo do mar.

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Delicadamente, e algo espantado com os frágeis argumentos dos arrogantes editores ingleses, Reuter lembrou que, para cada jornal, o custo da manutenção de equipes próprias de correspondentes em toda parte seria elevadíssimo, na medida em que a Europa se tornava a cada dia mais cosmopolita e fonte permanente e diária de milhares e milhares de eventos e acontecimentos de toda a natureza. Ao passo que o custo-Reuter’s, por ser diluído em mais de um jornal, seria sempre menor, e portanto mais econômico.

Vendo, porém, que os donos de jornais se mantinham irredutíveis e certos de que seus repórteres eram os melhores do mercado, Reuter teve mais uma de suas idéias geniais:  - Ofereceu-lhes duas semanas de fornecimento dos seus serviços noticiosos absolutamente grátis. Os editores, que achavam que jamais Reuter poderia informar melhor que eles próprios, aceitaram o desafio, já que não tinham nada a perder, não deixaram de aproveitar a ocasião para menosprezar aquele atrevido ‘neo-inglês’, dedicando-lhe, na despedida da reunião, um leve sorriso de desdém.

Mal sabiam eles com quem se estavam metendo. Reuter já havia traçado sua estratégia tipo "pombo-correio" e chegaria antes com as notícias e "FURARIA" todo aquele bando de garotos-aprendizes que os editores chamavam de ‘brilhantes repórteres". E deu certo. Com a agilidade de seus "agentes" capazes de improvisar soluções geniais e rápidas para seus problemas, e mais o uso do telégrafo via cabo submarino, Reuter deu verdadeiro shows de notícias exclusivas.

"Furou" tanto o pessoal dos editores que estes, finalmente, dobraram-se à evidente eficiência do neo-inglês. Que, aos poucos deixou de ser "NEO" para se transformar num autêntico e respeitado empresário jornalístico inglês.

De todas as grandes façanhas jornalísticas de Paul Julius Reuter destacam-se as realizadas entre 1859 e 1870, na Europa e nos EUA. Em 1859, Reuter foi o primeiro a informar que o imperador Napoleão III da França ia declarar guerra à Áustria. Um repórter de Reuter conseguiu uma cópia antecipada e exclusiva do discurso do imperador no qual faria o anúncio do acontecimento. A cópia foi conseguida com a promessa de que seu conteúdo só seria divulgado após o imperador iniciar sua fala.

Ao mesmo tempo, o repórter comprou todo o tempo de utilização, naquele dia, da linha telegráfica Paris-Londres, via cabo submarino. Quando o imperador começou a ler a declaração o repórter já estava a postos no telégrafo transmitindo o "FURO" para Londres. Enquanto isso, os seus colegas da imprensa, no palácio imperial, começavam suas anotações sem sequer desconfiar do que ainda estavam para ouvir.

Em 1861 estourou a Guerra da Secessão entre o Norte e o Sul dos EUA. Naquela época ainda não havia cabo submarino entre a Europa e a América do Norte, e as notícias literalmente tinham de navegar entre os dois continentes. Em Cork já existia uma estação de telégrafo conectada a Londres por um cabo submarino.

Reuter, como sempre secretamente, conseguiu permissão para instalar uma linha telegráfica particular em Crookhaven, ligando esta a Cork. O agente de Reuter em Nova York recebia os despachos dos correspondentes da agência das frentes de batalha e os colocava em cilindros de metal.
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A seguir entregava os cilindros a oficiais dos navios-postais previamente "contratados".   Os navios zarpavam do porto de Nova York rumo a Liverpool, via Crookhaven e Cork. Ao passar diante de Crookhaven, os oficiais lançavam ao mar os cilindros de metal no ponto em que outro agente de Reuter aguardava num bote a remo. O agente recolhia os cilindros rapidamente e remava para terra firme em Crookhaven. Corria então para a pequena estação telegráfica da Reuter’s e transmitia os despachos para Cork.

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Dali os despachos eram transmitidos diretamente para Londres, de onde saíam para toda parte. Enquanto tudo isso já estava acontecendo os despachos dos outros jornalistas nem sequer haviam chegado a Cork. Resultado: "FUROS"‘ e mais "FUROS" de Reuter e sua equipe imbatível. O noticiário que ele distribuía sobre as lutas em que os americanos se matavam eficientemente uns aos outros chegavam sempre primeiro ao público britânico e europeu.

A história de pessoas cobrindo sucessos e se reportando a base do jornal, ficou conhecido como Correspondente. Os mais importantes eram os Correspondentes de Guerra. Houve muitos correspondentes, mas um dos mais destacados foi o inglês William Howard Russell. Trabalhava para “The London Times” e cobriu a Guerra de Criméia (1.853-1.856) entre Rússia e Inglaterra.

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Os despachos cabográficos de Russell acumularam títulos memoráveis como "A carga da Brigada ligeira". Esta foi a primeira vez que saiu uma fotografia de uma batalha. Posterior a Guerra de Criméia, quando começa a Guerra Civil nos Estados Unidos (1.861-1865) mais de 150 correspondentes já estavam na cena da guerra reportando a suas casas matrizes.

Nos Estados Unidos, em 1.846 e 1.848, aconteceu a união de seis diários importantes para reduzir custos e cobrir a guerra com o México. Assim se estabeleceu o que hoje é a Associated Press. Se chamava The New York Associated Press.

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E com seu advento, quase se produziu um monopólio da informação porque desde 1.870 e até 1.934, as Agências de Notícias dividiram o mundo da informação, demarcando territórios, inclusive mediante trato oficial entre elas; até que a liberdade de operação internacional do jornalismo rompeu aquele monopólio... Esta é a história o resto veio depois com o desenvolvimento do Rádio, da Televisão e agora a Internet.

Ernest Hemingway, quem fez seus tentativas de correspondente na primeira grande guerra antes de completar 19 anos, alistado como motorista de ambulâncias na Itália, participou mais tarde, desde o lado republicano, na guerra civil espanhola e chegou a cobrir o segundo conflito mundial trabalhando diretamente como repórter e agente da inteligência do Exército americano.

Foi sempre com aquele mesmo esquema que a Reuter’s conseguiu o seu maior "FURO". Na noite de 14 de abril de 1865, quando Lincoln foi alvejado no Teatro Ford, lá estava o correspondente de Reuter em Washington.

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Ele correu para o telégrafo e passou a notícia para seu colega de Nova York. Este saiu voando para o porto, mas não conseguiu alcançar o navio-postal semanal, que acabara de zarpar. E enquanto seus colegas voltavam para casa desolados e ficaram à espera do navio-postal da semana seguinte, o agente da Reuter’s, no melhor estilo do chefe, alugou um vapor de grande potência e fez-se ao mar, no rastro do navio-postal.

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Atingiu-o depois de várias milhas, gritou pelo "oficial da casa" e lançou-lhe o cilindro de metal contendo o mais importante despacho jornalístico da história da agência. Foi assim que a Reuter’s deu a notícia do assassinato de Lincoln uma semana antes de todas as outras fontes de informação.

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‘"FUROU" todo mundo, inclusive a própria embaixada do governo norte-americano em Londres...

Em 1870 estourou a guerra franco-prussiana. Paris foi cercada pelos prussianos e todas as comunicações da cidade com o mundo exterior foram cortadas. Parecia impossível mandar notícias sobre a guerra para fora do país e todos os correspondentes ficaram sem ação. Todos menos um:  O agente da Reuter’s. Usando o método secreto de praxe, ele conseguiu apossar-se de um balão e soltou-o em direção a Londres.

O balão tranqüilamente passou sobre os prussianos, foi carregando todo o noticiário exclusivo da guerra: Um envelopão, reforçado para resistir à viagem, com uma anotação bem visível no sobrescrito: "A quem encontrar este envelope pede-se que o entregue à agência Reuter’s o mais depressa possível, que será recompensado.

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Seguia-se o endereço detalhado da Reuter’s em Londres. O balão foi arrastado pelo vento, porém miraculosamente caiu próximo da capital inglesa. Um homem o viu, recolheu o envelope e, depois de ler a mensagem no sobrescrito, entregou-o a salvo no escritório da Reuter’s. Dali para as redações dos jornais a guerra franco-prussiana levou apenas alguns momentos para chegar, como sempre ocorria.

Uma das características dos meios de comunicação de prestígio é diferenciar as opiniões dos fatos. Diziam os anglo-saxões, já que os fatos são sagrados, enquanto que as opiniões podem ser levadas em conta ou contraditas. O jornalismo anglo-saxão, desde suas origens, diferencia os fatos e as opiniões mediante a utilização das convenções ou gêneros jornalísticos, que ajudam o leitor a diferenciar as opiniões dos fatos.

A cada ano que passava as notícias eram cotizadas por dias, depois por horas, passaram a ser por minutos e hoje são por segundos.

Em 1975 a EFE e Europa Press estavam pendentes da morte de Franco, que agonizava. Cada dia podia ser definitivo e a luta para ser os primeiros a informar a notícia, estava latente nas redações. Europa Press foi quem primeiro deu a notícia. EFE, que a tinha igualmente teve que esperar a confirmação por fontes oficias.

"Pompidou est mort" dizia a agência France Press, em dois de abril de 1974, uma hora apenas depois do falecimento. "President Kennedy dead" assegurou Reuter em 22 de novembro de 1963 às 8,43 da tarde, hora Européia, adiantando-se assim em dois minutos a France Press e em um a UPI que havia sido a primeira agencia em dar a notícia do atentado de Dallas.

Chegar antes é um orgulho jornalístico, reporta a satisfação de haver ganho a batalha, compensa amplamente o esforço realizado, além de ser um êxito econômico. Hoje em dia é raro que os jornais façam edições especiais, mas quanto antes chegue a informação, melhor poderão preparar as suas páginas. Assim também a televisão e o rádio, ao tratar-se de uma notícia de destaque, podem interromper as suas transmissões para dar a informação.

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De fato quando acontece um atentado, as cadeias de rádio e televisão interrompem as transmissões e dão a notícia com os poucos dados que tem sobre o assunto e que posteriormente serão complementados nos telejornais. Seguindo este critério, a agência France Press obteve vários clientes importantes entre os jornais norte-americanos no dia seguinte sobre o seqüestro dos atletas israelenses nos Jogos Olímpicos de Munique (Alemanha) em 1974. A agencia conseguiu uma vantagem de 65 minutos sobre seus concorrentes.

Hoje em dia e através da Internet esta batalha tem se transferido aos jornais digitais, que renovam constantemente o conteúdo de suas páginas. Dar as informações mais importantes antes que os competidores significa que os jornais digitais colheram a noticia da primeira agência que chegue e como tal figurará nos ordenadores. No afã desta luta pela rapidez, não se podem perder outros critérios jornalísticos como a veracidade, a exatidão, a imparcialidade e a redação clara e concisa.

"LEMBRANDO DE ALGUNS IMPORTANTES MARCOS DESTA HISTÓRIA"

  • 1816 - 21 de julho, nasceu Israel Beer Josaphat, nome real de Reuter, em Kassel, Alemanha.

  • 1844 - Mudou o seu nome para Reuter ao converter-se para o cristianismo.

  • 1848 - Mudou-se para Paris, onde trabalhou traduzindo trechos de artigos e notícias para Charles-Louis Havas. Isto vinha sendo um protótipo de serviço de notícias.

  • 1858 - INSCREVEU seu primeiro cliente, o jornal London Morning Advertiser.

  • 1965 - Reuters Telegram Company se fez pública e a registraram.

  • 1866 - Fundou o primeiro escritório em Bombay, Ásia.

  • 1870 - Expandiu sua agência ao leste da Europa e América. Afirmou um acordo com Havas e Wolff para estabelecer um “anillo de noticias sem fronteiras”.

  • 1871 - Foi nomeado barão pelo Duque Saxe-Coburg-Gotha, depois lhe deram os privilégios que esta categoria merecia.

  • 1874 - Estabeleceu a primeira agência na América do Sul em Valparaiso, Chile.

  • 1876 - Abriu a primeira agencia no Sul da África, Cape Town.

  • 1878 - Deixou a direção da agencia por problemas de saúde. Seu filho Herbert Reuter assumiu op comando da agencia.

  • 1899 - Morreu aos 83 anos de idade em Nice, França.

  • 1915 - Roderick Jones assumiu o cargo de diretor da Reuters, depois de que Herbert Reuter se suicidou.

  • 1920 - Começaram os “servicios comerciais” com noticias financeiras.

  • 1941 - Apareceu o filme This Man Reuter baseado na vida de Paul Julius Reuter. Roderick Jones renunciou a direção de Reuters.

  • 2001 - Com mais de 204 escritórios ao redor do mundo e mais de 18 mil funcionários, Reuters celebra o 150º aniversário de sua fundação, sendo uma das mais importantes agencias de noticias a nível mundial. Atualmente dirigida por Tom Glocer.

  • 2003 - 24 de setembro - Reuters vai vender sede histórica em Londres 09:44  - A Reuters está vendendo sua sede em Londres como parte de um plano para reduzir custos e consolidar suas operações. A decisão significa que a agência de notícias vai deixar a Fleet Street, rua que é sinônimo da imprensa britânica. O prédio abriga a empresa desde 1939 e é protegido como patrimônio histórico por conta de seu valor arquitetônico. De acordo com a companhia, a venda vai levantar US$ 52 milhões. A intenção é concentrar as operações, atualmente divididas em 10 endereços, em um único complexo. 

"ALGUNS FATOS HISTÓRICOS DO INÍCIO DA TECNOLOGIA DA COMUNICAÇÃO"

  • Alguns achados arqueológicos indicam a existência do pombo 6.500 anos A. C.

  • O faraó Ramsés III deu a conhecer ao povo a sua subida ao trono através dos pombos-correio.

  • No Egito anunciava-se a subida das águas do Nilo através dos pombos-correio.

  • No Império Persa, o correio aéreo baseado no serviço de mensagens através de pombos correio deu origem a um ramo da Administração Pública.

  • O Rei Salomão utilizava exclusivamente pombos correio na transmissão das suas ordens aos governadores das províncias do seu vasto Império.

  • As vitórias nos Jogos Olímpicos eram dadas a conhecer através dos pombos-correio.

  • Os romanos, no período da ocupação da Gália, faziam chegar as noticias a Roma, por meio de uma série de pombais escalonados até àquela capital.

  • Em 1288, no Cairo, eram empregados 1900 pombos-correio no serviço postal regular.

  • O Sultão Nur-Eddin (séc. XII) criou um serviço postal por pombos-correio entre Bagdad e todas as cidades do seu Império.

  • Joinville, nas "Crônicas" relata o relevante papel protagonizado pelos pombos-correio durante as Cruzadas à Terra Santa.

  • Na Idade Média só aos senhores feudais e ao clero era autorizado a criação e detenção de pombos correio. Este "droit de colombier" apenas foi abolido com a Revolução Francesa, em 4 de Agosto de 1789.

  • Em 1815, a primeira notícia recebida em Londres, a anunciar a derrota de Napoleão em Waterloo, foi transmitida por um pombo correio. Antes, porém, da chegada deste pombo mensageiro, já o Ministério da Guerra londrino recebera pelo telégrafo de Chappe, um telegrama incompleto que dizia "Wellington defeated ...", esta notícia causou o pânico na opinião pública e a bolsa entrou em queda livre. Rothschild, que utilizava regularmente os pombos correio nos seus negócios, tinha alguns deles na zona de combate: enquanto o Ministério carpia a "derrota", o banqueiro adquiriu na Bolsa, por valores irrisórios, todos os títulos e ações ali transacionados.

  • Cerca do ano de 1900, a empresa francesa Compagnie Général Transatlanti que recebia noticias dos seus navios através de uma rede organizada de pombos correio (os pombos voavam distâncias superiores a 300 Km sobre o mar).

  • Na 1ª Guerra Mundial, mais de 30.000 pombos foram utilizados nas frentes de combate, sobressaindo o episódio do forte de Vaux e a história da heróica batalha de Verdun; A Alemanha reconhecendo o perigo, ordenou o extermínio dos pombos-correio nas regiões ocupadas.

  • Na 2ª Guerra Mundial assistiu-se ao êxito das mensagens aladas sempre que as comunicações via rádio eram interceptadas ou perturbadas pelos adversários.

  • Em 1948, o governo português concedeu o Estatuto de Utilidade Pública ao pombo correio.

  • Na década de 50, na Argentina, cerca de 60.000 pombos ainda serviam como meio de comunicação postal.
    A Suíça desmobilizou os pombos correio já na década de 90.

  • A columbofilia continua, em diversos países, como em Espanha ou Cuba, a depender do Ministério da Defesa.

  • Agora que o Mundo parece encaminhar-se para uma paz duradoura e face ao aparecimento das novas tecnologias de comunicação, o pombo correio tem a sua verdadeira dimensão na área desportiva.

  • A Federação Columbófila Internacional, sediada em Bruxelas, aglutina cerca de 60 países de todos os Continentes.

  • A columbofilia é, em Portugal, o segundo desporto mais praticado (logo a seguir ao futebol).

  • Cerca de 20.000 associados, 750 clubes e 14 Associações Distritais / Regionais dão corpo à estrutura columbófila nacional.

  • A Federação tem registrados cerca de 4.500.000 pombos-correio.

  • Portugal é bi-campeão Olímpico em columbofilia.

  • No triênio 1997-1999, Portugal organizou, com assinalável sucesso, três Campeonatos do Mundo, 3 Campeonatos Latino Americanos e um Campeonato da Europa.

  • A alimentação destes atletas é especialmente concebida tendo em conta o seu dispêndio de energia e é composta por mais de 25 diferentes tipos de sementes, suplementos energéticos e vitamínicos.

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