UMA PARTIDA DE BILHAR CUSTAVA UM ELEFANTE
.
As
origens deste jogo estão cobertas de mistério, mas nasceu já faz um
bom número de séculos e provavelmente deriva de um jogo ao ar livre da
família do criquet, que era jogado durante o século XV no norte
da Europa. A palavra "bilhar" é derivada do Francês "billart"
(mesa) ou de "bille" (bola). O jogo original era jogado em uma
mesa com 6 buracos, com um aro de criquet, um taco reto e bolas de
marfim empurradas e não golpeadas como hoje. O aro e o pau foram se
omitindo depois de um tempo e em 1600, as pessoas começaram a usar o
mango do bastão para golpear a bola.
.
Introduzido na Inglaterra pela Espanha em finais do século XVI,
nasce o pano verde da mesa representando o verde dos gramados
universais. Como muitos outros jogos de bar, foi proibido nas tabernas
da Inglaterra em 1717 devido a sua reputação degradante. Devido ao seu
alto preço as bolas de marfim eram dificilmente desejáveis e quando
sofriam alguma deformação ou algum golpe violento que fazia com que
quebrasse algum pedaço, deviam ser enviadas para serem torneadas
novamente com a conseqüente perda do diâmetro. No século passado, era
bastante comum encontrar jogos de bola com tamanhos diversos, por isso o
tamanho das bolas ainda não estava estandardizado.
.
Atrás
das primeiras tentativas de achar uma alternativa, a base de amalgama de
pedra e aço fundido não prosperaram, ao igual que várias outras
tentativas que tiveram pouco êxito: - Bolas cobertas de tecido coladas
com cola e pó de marfim, etc. - Outra característica do marfim é a
sua sensibilidade às mudanças de temperatura e umidade, que provocam
deformações nas bolas, pelo qual eram de difícil transporte e os
jogos om bolas novas, deviam ser tratados com extremo cuidado e serem
acomodadas às condições climáticas gradualmente, usando-os durante
poucos minutos, durante os primeiros dias e aumentando o seu uso e os
golpes pausadamente.
.
Mas o principal problema do marfim é que se trata de um recurso
de origem animal limitado. Com o aumento da popularidade do bilhar no século
XIX e a aparição da antiga forma do Pool e o Snooker, o
abastecimento do marfim chegou a momentos críticos. - Nos anos de
maior demanda, a Grã Bretanha chegou a necessitar marfim de "12.000
elefantes"
para surtir-se de bolas de bilhar, já que as bolas são produzidas com
as presas dos animais, que são retiradas após matar os elefantes. Se a
isso somarmos a necessidade do mercado norte-americano e do resto da
Europa, ainda que estes últimos foram menores, a praticarem modalidades
só com três bolas, nos dá uma idéia da grandiosidade do problema. A
situação chegou a ser tão preocupante, que os empresários
norte-americanos ofereceram uma recompensa de u$s:10.000, uma autêntica
fortuna, para quem encontrasse um substituto para o marfim. E não por
respeito aos animais, mas apenas como substituto já que o preço era
impraticável das bolas de marfim e não iam a alcançar os elefantes do
mundo todo, para que os cavalheiros "JOGASSEM".
.
A
matança de elefantes começou no século passado e alcançou entre 1850
e 1900 o número de 10.000 elefantes mortos a cada ano. Já nos princípios
deste século o número dobrou e a cada ano se registrou a exterminação
entre 20.000 e 30.000 elefantes. Era um negócio próspero, a demanda
aumentava, e os caçadores furtivos se converteram em homens muito
"solventes".
- Na revista da UNESCO,
uma foto mostra até onde chegou a pilhagem e a humilhação a que os
legendários elefantes, maiores animais terrestres desde a extinção
dos dinossauros, tem sido submetidos. Em algum lugar e a preços
realmente tentadores, as patas de elefantes são vendidas como cinzeiros
ou cestos para lixo de banheiro.
De
1979 a 1982, Japão e Hong Kong
importaram uma 10 toneladas de marfim que representa a vida de milhares
de elefantes". - Como o valor da presa (4.500
dólares)
de um elefantes equivale a 10 anos de salário de um guarda florestal,
eles preferem continuar como estão e fazer vista grossa e participar
dos enormes dividendos que os caçadores sabem repartir. O marfim não
é só apreciado pelo Japão e Hong Kong. Na Inglaterra, por exemplo, são
muito apreciados os objetos talhados em marfim. Também o são na
Alemanha, França, Espanha, Portugal, EUA, Canadá (Justamente os países
que mais zelam ou nos induzem a crer que cuidam da ecologia e vida
animal). - Devemos agregar, que as melhores bolas de bilhar são
aquelas que se fabricam com marfim das presas do elefante. E também
que, ultimamente, entre as famílias muito exigentes e com suficiente
dinheiro para faze-lo, em sinal de status mandam fabricar as patas das
mesas com autentico marfim (Oh ignorância pura).
.
Em
1862, ocasião da Exposição Internacional de Londres, o inglês
Alexandre Pakers apresentou as primeiras amostras do que podemos
considerar o antecessor da matéria-plástica, ponto central de uma
grande família de polímeros que nos dias de hoje contém centenas de
componentes. Um aprendiz de impressão, John Wesley Hyatt que
sofria da chaga do polegar típica dos linotipistas, ao ir ao botequim
pegar colodion, encontrou o conteúdo do frasco derramado no anaquel, já
seco e formando uma camada dura. O aprendiz que conhecia do prêmio
pensou que tratando o colodion adequadamente serviria em lugar do
marfim. Com seu irmão Isaias se dedicou a investigar e experimentar e
ao agregar alcanfor deram com o primeiro composto plástico para moldes
ao qual lhe alcunharam o nome de Celluloid.
Em 1872 se organizou uma empresa para sua manufatura cuja sucessora era
a Celanese / Celluloid Corp. of América. Nascia o primeiro plástico
verdadeiro, com valor industrial. - Se começou a usar como
substituto do marfim, osso, coral etc., e para filmes fotográficos e
usos dentários. Os primeiros vidros que não estilhaçavam foram feitos
cimentando vidros com nitrocelulosa. - Em 1888 pela primeira vez
obtiveram deste material tubos de extrusão, suavizando a nitrocelulosa
e carregando esta massa gelatinosa em um pistão hidráulicos que o forçava
a um dado.
Hyatt tratou o nitrato de celulosa com o algodão pólvora (um material
explosivo que se consegue ao expor os tecidos da planta do algodão aos
efeitos do ácido nítrico e ácidos sulfúricos), com álcool e cânfora.
Obteve um material duro e brilhante que podia se moldar ao esquenta-lo.
Este novo material, barato e consistente, substituiu o marfim das bolas
de bilhar. Ainda que, em determinadas ocasiões as bolas de bilhar
feitas de celulóide colidion, produziam uma pequena explosão similar a
um roxão, devido a natureza explosiva do nitrato de celulosa, que
apresenta uma composição similar à do trinitrotolueno (TNT). O celulóide
também começou a ser usado na fabricação de pentes e uma grande
variedade de utensílios de cozinha e se converteu no primeiro filme
fotográfico flexível. Em 1887, o conde Hilaire de Chardonnet criou um
produto similar ao explisivo nitrato de celulose: - a seda de
Chardonnet, a primeira fibra sintética que se fabricou e um predecessor
do rayon, o naylon e o dacron.
Sem
embargo as bolas de celulóide não tiveram um caminho fácil: - Foram
logo rechaçados pelos jogadores britânicos e norte-americanos. Apesar
de sua aparência, densidade e elasticidade serem similares às de
marfim, o celulóide tinha sérios inconvenientes. As bolas tinham um
som surdo, eram menos receptivas aos efeitos, rolavam com menos
naturalidade e tinham a tendência de recolher qualquer sujeira que
estivesse no caminho e sobretudo dado o baixo ponto de combustão do
celulóide, os jogadores oravam constantemente para que com um golpe
forte, alguma bola não saísse ardendo. Por causa disto não ganhou o
prêmio dos 10.000 dólares.
.
O preço muitíssimo mais baixo que o do marfim foi argumento
definitivo que impus nos bilhares de buracos as bolas de celulóide,
pois em 1.935, apesar de haver melhorado notavelmente o processo de
secagem e manipulação, um jogo de 3 bolas de qualidade "Extra
Marfim", tinha o valor aproximado de 120 dólares. Um jogo de 16
bolas para Pool ou de 22 para Snooker era proibitivo então. Assim foi
que os jogadores britânicos e norte-americanos tão só conservaram de
marfim a sua bola principal e as bolas restantes passaram a ser de celulóide,
substituindo as bolas de marfim. No começo do século só nas mesas de
carambolas o celulóide não havia substituído o marfim.
.
A origem das bolas utilizadas na atualidade, remonta à poucos anos
antes da 2ª Guerra Mundial e a fórmula era considerada segredo militar
pela Alemanha. A maneira como a formula chega ao conhecimento geral não
é clara. Segzn William Hendrich, da delegação de Albany Billiard Ball
na Inglaterra, ajuda a fugir da Alemanha nazi o engenheiro dono da fórmula,
e começa a comercializar em New York, uma vez terminada a guerra, as
bolas produzidas fora da Alemanha. Segundo outras fontes a fórmula foi
confiscada como motim de guerra pelos Aliados, e foi parar nas mãos de
uma companhia (coincidentemente americana).
.
Seja
qual foi a versão exata do sucedido, o certo é que estas bolas abriram
um amplo campo no mundo do bilhar e tem sido o veículo para melhorar o
rendimento dos jogadores de uma maneira notável. Sua homogeneidade, o
perfeito comportamento ao rodar, a resposta ao tocar a borda, sua
insensibilidade às mudanças climáticas, tem contribuído à uma
concepção mais cientifica do jogo e a um aumento de suas
possibilidades.
Em 1920 Hermann Staudinger iniciou seus estudos teóricos de estrutura e
propriedade dos polímeros naturais (celulosa e isoprene) e sintéticos.
Staudinger mostrou que os polímeros são constituídos de moléculas em
forma de longas cadeias formadas a partir de moléculas menores, por
meio da polimerização. - Anteriormente, se acreditava que os plásticos
eram compostos de anéis de moléculas ligados. Porém, as teorias de
Staudinger não foram bem aceitas por todos os cientistas e a discussão
continuou durante os anos 20.
Por volta dos anos 30 nasceu o poliestireno, que tem como material base
o etileno e o benzeno. Mas sua produção comercial só foi iniciada em
1936, na Alemanha. Em 1949 foi inaugurada a primeira fábrica de
poliestireno, a Bakol S.A, em São Paulo (BRASIL conhecem?). Logo foi
iniciada a produção comercial do poliestireno de alto impacto. No início
dos anos 60, F.H. Lambert desenvolveu o processo para moldagem de
poliestireno expandido. O plástico substitui com vantagens uma série
de matérias-primas utilizadas pelo homem há milhares de anos, como
vidro, madeira, algodão, celulose e metais. Além disso, ao substituir
matérias-primas de origem animal, como couro, lã e marfim,
possibilitou o acesso a bens de consumo pela população de baixa renda.
Depois da descoberta do poliestireno, polietileno, PVC,
poliamidas (Nylon) e poliéster, o conhecimento dos mecanismos de
polimerização contribuiu, nos últimos anos, para o nascimento de
outros materiais plásticos com características físico-mecânicas e de
alta resistência ao calor, os chamados tecnopolímeros ou polímeros
para engenharia.
.
A
partir de 1945, as matérias-primas plásticas entraram com tudo na casa
das pessoas, independentemente de condição social. Foi um fenômeno,
pois, na época, o aço predominava. A substituição progressiva
dos materiais tradicionais pelas novas substâncias sintéticas mudou o
conceito de forma, ergonomia e utilidade dos objetos que o homem estava
acostumado a manusear em seu dia-a-dia. Com a introdução do plástico
no mercado mundial novas demandas foram surgindo, como produtos descartáveis,
artigos para o lazer, eletroeletrônicos entre outros. No setor de
eletrodomésticos, por exemplo, a utilização do plástico está em
constante crescimento e evolução. Nos dias de hoje, o plástico
é considerado essencial para o progresso da humanidade. O aperfeiçoamento
das tecnologias de transformação viaja na mesma intensidade da história
dos polímeros.
|