O
COMÉRCIO ELETRÔNICO MANTÉM O RITMO
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O
primeiro semestre de 2003 já se foi e o tempo começa a apontar para
mais um final de ano. Na última semana dois indicadores da economia
brasileira foram divulgados quase que simultaneamente.
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O
primeiro, levantado pelo IBGE apontava que as vendas no Comércio
sofreram uma diminuição de 4,36%
em julho quando comparada ao mesmo mês do ano anterior. O segundo,
publicado pela empresa e-Bit, apontava para um crescimento de 50%
no Comércio Eletrônico quando comparado o primeiro semestre de 2003
com o mesmo período do ano anterior. De certa forma, é surpreendente
que o Comércio Eletrônico consiga manter um ritmo tão forte de
crescimento quando o comércio tradicional apresenta tamanha retração.
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Mesmo
quando deflacionamos esse crescimento nominal chegamos a uma taxa real
ao redor de 30%, o que é um desempenho excelente. Uma possível explicação
é que o consumidor na Internet é representado por um público de maior
poder aquisitivo e os produtos de maior venda na Internet como livros,
cds, dvds entre outros, possuem baixo valor unitário, tendo, portanto,
suas vendas menos afetadas pela retração geral.
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É claro que isso é apenas parte da história, uma vez que esses
mesmos itens não estão tendo boa saída no comércio tradicional. O
fato concreto é que a quantidade de internautas e de consumidores
on-line continua crescendo firmemente, impulsionando as vendas para
cima. No meu entender, essa tendência vai persistir por alguns anos,
uma vez que a quantidade de pessoas conectadas a Internet no Brasil mal
chega a 10% da população podendo tranqüilamente ser duplicada ou,
quem sabe, triplicada nos próximos anos.
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As vendas do primeiro semestre se aproximaram de meio bilhão de
Reais e a previsão é que o Comércio Eletrônico feche 2003 com R$ 1,2
Bilhão. Nada mau para um setor que mal completou cinco anos de existência
no Brasil, principalmente, se consideramos que nesses valores não estão
incluídas as vendas de automóveis, passagens aéreas e sites de leilão.
Outro dado interessante divulgado pela e-Bit é que o "ticket médio"
para o mês de julho estava em R$ 298 contra R$ 249 em janeiro, um
crescimento de 20% no período, o que mostra que o consumidor on-line
está gastando mais em suas compras na rede. Cotejando esses dados com
resultados de outras pesquisas, poderíamos desenhar as seguintes tendências
para a Internet:
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Cada
vez mais pessoas estão conectadas à Internet.
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Cada
vez mais internautas estão comprando on-line.
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Os
consumidores estão aumentando a freqüência de compras.
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Os
consumidores estão aumentando a média de gastos.
Não
há nenhum mistério nisso. Foi exatamente assim que ocorreu com a
Internet nos EUA e é o que ocorre na maioria absoluta dos países, não
sendo surpresa que seja assim também por aqui. O que pode realmente ser
surpreendente é algum empresário ainda não acreditar no enorme
potencial do Comércio Eletrônico.
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SR.
PROF. Dailton Felipini
Consultor
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Mestre
em Administração pela Fundação Getúlio
Vargas.
Professor
de Gestão de Empresas Ponto-com na Universidade Ibirapuera
Editor
dos sites: www.e-commerce.org.br
e www.abc-commerce.com.br