Pesquisa
qualitativa orientou criação do Banco Popular
.
sala dos artigos de pesquisas
.
Antes
de abrir o Banco
Popular, em
julho deste ano, o Banco
do Brasil
promoveu uma pesquisa junto à população de baixa renda para entender
suas relações com as instituições financeiras. O resultado é um
painel sobre as crenças e valores dessa camada da população em relação
ao dinheiro.
Precisávamos
entender o cliente de baixa renda para nos adaptarmos às suas
necessidades, diz Ivan Guimarães, presidente do banco popular.
As
informações foram obtidas partir de grupos de discussões e
entrevistas com homens e mulheres entre 25 e 45 anos, sem emprego
formal, sem conta no banco e com rendimento pessoal inferior a 600
reais: - camelôs,
taxistas e empregadas domésticas,
por exemplo. De acordo com o levantamento:
-
essa
fatia da população vive a "lógica
do limite" não tem segurança de que terá trabalho,
alimento ou um parceiro ao seu lado no dia de amanhã, por isso,
prioriza o bem-estar no presente.
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O
dinheiro é importante para a compra de bens materiais, mas não é
apontado como uma prioridade porque "não traz amor, saúde ou
felicidade".
-
O
crédito é interpretado como um "voto de confiança" do
credor.
-
A
dívida, por sua vez, é revestida de fortes valores emocionais e
compromete a auto-estima, a honestidade e o orgulho do devedor.
-
Uma
conta só não será paga se o dinheiro for importante para outras
prioridades, como a compra de comida ou remédios.
Segundo
o levantamento, boa parte dessa associação vem do fato dessa camada não
ter acesso sequer às financeiras, que costumam trabalhar apenas com
pessoas que têm conta em banco. A alternativa é pedir dinheiro a
parentes e amigos, que confiam na palavra daquele que pede emprestado.
Outras fontes de crédito são consideradas distantes ou arriscadas:
-
O
agiota, por exemplo, é apontado como uma alternativa perigosa,
porque costuma ser violento para cobrar pagamentos atrasados.
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As
financeiras cobram juros altos e o atraso no pagamento poderá fazer
a dívida crescer como "uma bola de neve".
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Os
bancos, por sua vez, são instituições inatingíveis
Os
bancos são vistos como algo distante", diz Guimarães. Ouvi
pessoas comentarem que se sentem constrangidas quando precisam passar
pela porta giratória.