Mercado
brasileiro de diet e light deve crescer 20% em 2004
..
É
possível imaginar um mercado que cresceu 870% nos últimos dez anos,
período em que o Brasil avançou à taxa média de 2,2% ao ano? Para os
fabricantes de produtos diet e light, sim. O setor apresenta expansão
anual de dois dígitos há uma década, segundo a Associação
Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (Abiad).
.
Em
2004, esse mercado deve crescer 20% sobre os 3 bilhões de dólares do
ano passado. São números que despertam a atenção de gigantes da indústria
alimentícia, como a Unilever,
que há sete anos não lançava novas marcas e está trazendo para o
Brasil sua linha Slim-Fast, a mais vendida nos EUA. (Leia
reportagem de EXAME sobre o lançamento da Slim-Fast no Brasil).
.
O que sustenta essa expansão é o poder aquisitivo dos clientes. Um
estudo recém-concluído da administradora de shopping centers Store
Gestão & Marketing,
feito com 1 200 pessoas na capital paulista a pedido da Abiad,
mostra que:
-
58%
de quem compra esses produtos é das classes A e B
-
Em
seguida vem aclasse C, com 39% de participação
-
Os
consumidores da classe D são a minoria: 3%
A
cada vez que passam pelos caixas do supermercado, 58,15% dos
entrevistados desembolsam até 20 reais com itens dietéticos ou de
baixas calorias:
-
Até
20 reais 58,15%
-
21
a 40 reais 29,87%
-
41
a 60 reais 8,03%
-
Mais
de 60 reais 3,95%
Tão
importante quanto o valor gasto é a freqüência das compras. Esses
artigos já se tornaram um hábito para muitos. Dos entrevistados:
-
48,29%
afirmam que sempre compram algum dietético ou light;
-
outros
47,32% informaram que compram às vezes;
-
e
apenas 4,39% disseram que raramente os procuram.
O
que motiva os consumidores a adquirirem esses produtos são:
-
em
primeiro lugar, manter a forma (52,2% das respostas),
-
cuidados
com a saúde (47%),
-
melhorar
a qualidade de vida (36,8%)
-
e
preferência pelo paladar dos produtos (8,7%).
A
somatória superior a 100% foi possível porque os entrevistados puderam
listar mais de um motivo na resposta. O mercado brasileiro ainda é
pequeno, se comparado a países desenvolvidos. Nos EUA, de cada 100
itens à venda, 35 pertencem à categoria diet ou light, conforme a Abiad.
No mercado europeu, o faturamento do setor, em 2003, foi de 400 bilhões
de dólares. A boa notícia é que a participação do segmento nas
vendas totais dos supermercados está crescendo.
.
A consultoria ACNielsen
elaborou estudo com 95 categorias de produtos alimentícios. Os diet e
light estavam presentes em 30 delas. Dentro de cada categoria, a
participação dos artigos dietéticos e de baixas calorias subiu de
11%, em 2000, para 11,9% em 2002. No mesmo período, o faturamento total
dessas 30 categorias de alimentos cresceu de 2,2 bilhões de reais para
3 bilhões. O que chamou a atenção da consultoria foi o ritmo de
expansão das vendas. Em conjunto, as 95 categorias pesquisadas
aumentaram seu volume de vendas em 5,5%, entre 2001 e 2002. A média de
crescimento das 30 categorias com itens diet e light foi de 8,1%. E os
produtos diet e light, em separado, cresceram 10,9%.
"A
pesquisa mostra que, quem já está no segmento de diet e light, tem
um grande potencial de negócios. E quem não está deve entrar
rapidamente", afirma o diretor de marketing da ACNielsen, Mário
Lynch. Fonte: Store Gestão & Marketing.