Taxa de mortalidade das empresas sobe para 10,9%
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A taxa de mortalidade das empresas brasileiras cresceu de 9% para 10,9% entre 2001 e 2002, segundo o
IBGE. Em 2002, surgiram 720 mil companhias no país, mas outras 461 mil foram extintas. Com isso, o aumento real na quantidade de empresas foi de 259 mil. Isso significa que, para cada
10 empresas criadas, 6 foram fechadas naquele ano.
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O setor do comércio foi o que apresentou maior taxa de mortalidade
(11,1%)
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à frente dos serviços (10,8%)
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e da indústria (9,6%).
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As micro e pequenas empresas foram as que mais tentaram se desenvolver naquele ano. Os empreendimentos com até quatro pessoas ocupadas apresentaram as maiores taxas de natalidade (19,1%) e de mortalidade (12,5%) do cadastro.
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Devido ao baixo volume de capital necessário para a abertura de uma empresa com até quatro pessoas ocupadas, esse tipo de estabelecimento também concentrou 94% das empresas criadas e 96% das empresas fechadas em 2002.
Outro sinal de que as micro e pequenas empresas são a porta de entrada para o mundo dos negócios no país é que aumentou também o número de empreendimentos que funcionam apenas com proprietários e sócios. Em 2002, havia um total de 4,5 milhões de empresas ativas no país. Destas, 3,1 milhões (68,3%) operavam apenas com seus proprietários e sócios, ocupando um total de 4,3 milhões de pessoas.
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O número de empresas operando nesse sistema cresceu 6,3% em relação a 2001. Já o total de sócios e proprietários aumentou 9,6%. O comércio foi o segmento que mais concentrou esse tipo de negócio, com 55,8% dos 3,1 milhões de estabelecimentos nesta situação e 50,9% dos 4,3 milhões de sócios e proprietários. Em seguida, veio a categoria de atividades imobiliárias, aluguéis e serviços prestados a empresas, com 13,9% das unidades e 17,1% dos sócios.
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Os dados do
IBGE também reforçam a avaliação de que as companhias e os empregos estão migrando para o interior. Em 2002, o número de empresas abertas nas capitais cresceu 33,9%, enquanto o interior apresentou uma velocidade maior, com expansão de 45,5%. O mesmo aconteceu com o volume de pessoal ocupado, que aumentou 11,4% nas capitais, contra 31,8% no interior.
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A diferença no ritmo de desenvolvimento está levando as capitais a perderem participação relativa em empresas e empregos para o interior. Em 1997, as capitais concentravam 32,4% das companhias brasileiras e 40,9% dos empregos. Em 2002, os percentuais caíram para 30,6% e 36,9%, respectivamente.
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Apesar da interiorização das empresas, os empreendimentos ainda continuam concentrados. Num país com mais de 5 mil municípios, as 24 maiores cidades respondem por um
1/3 do total de estabelecimentos empresariais do país e por 39% do pessoal ocupado.