Fraude on-line se multiplica e já é epidemia mundial
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O mouse é cada vez mais a arma dos novos ladrões de banco.
As fraudes on-line aumentaram tanto nos últimos meses de 2004 que já alcançam estatus de epidemia e não apresentam sinais de que vão diminuir
em 2005, segundo o anuário da empresa de segurança informática
MessageLabs. Batizada de
phishing, a fraude usa e-mails para encaminhar clientes para sites falsos, com o objetivo de extrair informações pessoais.
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Em setembro do ano passado, a empresa verificou 273 casos da fraude. Um ano depois, o número já superava dois milhões.
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Hoje, entre dois e cinco milhões de tentativas de phishing são verificadas mensalmente pela empresa.
A maioria dos respondentes de uma pesquisa feita em maio pela MessageLabs disse acreditar que a prática será a maior ameaça on-line da próxima década.
O phishing já causa um prejuízo de £2 milhões (cerca de R$ 11 milhões) por semana apenas aos bancos britânicos", diz Alex Shipp, gerente de antivírus da MessageLabs.
Além do aumento no volume, os ataques estão se tornando mais sofisticados. Os primeiros exemplos de
phishing
levavam a vítima a visitar sites falsos. Versões mais modernas buscam roubar detalhes das vítimas logo que elas abrem os e-mails contaminados. As primeiras vítimas deste tipo de ataque foram bancos brasileiros. A partir do final de outubro, clientes de Bradesco, Caixa e Unibanco foram afetados.
Shipp diz que os ataques aos bancos brasileiros demonstram um grande nível de preparação por parte dos fraudadores, que readaptaram continuamente suas
táticas. Ele diz que o Brasil parece ser o alvo preferido dos hackers no mundo.
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É difícil dizer de onde eles operam. Isso é algo que só a polícia pode responder, após investigar cada caso e traçar o destino do dinheiro
desviado, diz ele. Shipp diz que o país vem sendo vítima, nas últimas semanas, de um novo tipo de golpe, utilizando cartões postais.
A vítima recebe um e-mail dizendo que ela ganhou um cartão postal. Quando clica no link que a leva ao site, são instalados bugs na sua máquina que ficam adormecidos até que ela acesse detalhes bancários. A vítima é, então, roubada.
a
Comissão Federal de Comércio (FTC) estima que uns 27.3 milhões de pessoas
foram vítimas de roubo de identidade em 2003 com quase 10 milhões de casos
ocorridos em 2002, que existe uma tendência crescente neste tipo de delito
e que não há Constancia de que as transações eletrônicas individuais
tenham um grande peso nesta classe de estafa, na qual uns 49% das vítimas
não sabe como se aconteceu o roubo.
SPAMS: - A
MessageLabs diz também que os novos ataques estão sendo adaptados para explorar as fraquezas específicas de determinadas empresas. Em outras estatísticas, o anuário da empresa aponta um aumento no número de spams em circulação.
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No fim de 2003, eles representavam 40% dos e-mails em circulação, e neste ano, três em cada quatro mensagens eram spam.
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A MessageLabs também diz que um em cada 16 e-mails contém um vírus.
Não existe remédio totalmente seguro contra as
fraudes, diz Shipp. O máximo que o usuário pode fazer é usar todas as atualizações dos softwares e as versões mais novas dos
antivírus.
Rodrigo Durão Coelho - BBC