QUAL
A RELAÇÃO DO CONSUMIDOR COM O PRODUTO E A EMPRESA?
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Grande parte
dos consumidores "ignoram"
as boas práticas das empresas em suas compras, segundo um estudo.
A grande maioria dos consumidores ignoram ou
não tem em conta as boas práticas das empresas na hora de tomar
decisões sobre suas compras, segundo refletem os dados de um estudo realizado
pela agência de comunicação
WPP e recolhido recentemente pelo jornal
Daily
Telegraph.
O estudo, realizado entre mais de 21.000 consumidores americanos e britânicos
EM 2004, detectou que, enquanto muitos deles afirmavam que não
adquiririam produtos de companhias com uma "pobre reputação
ética", no se dava una correspondência no caso de
"premiar"
as companhias com uma boa imagem através de suas compras.
Assim mesmo, os dados resultantes da entrevista mostram inclusive que, quando
uma empresa está ou tem estado relacionada com alguma questão ética, como
o uso de controles sobre o trabalho infantil ou outros assuntos questionáveis, esta
circunstância pode
"afogar" ou reduzir a mensagem negativa que habitualmente
lançam as companhias por sua preocupação pelos assuntos de marketing.
Segundo explica o autor do informativo, Peter Walshe, diretor da empresa Millward
Brown, especializada
em medição dos efeitos da comunicação corporativa, os consumidores em
definitivo parecem se preocupar em geral por estes aspectos.
Até agora, quando os consumidores planejam a compra do produto mais novo,
uma maquiagem ou uma bolsa, as questões éticas eram a hierarquia
mais baixa que tinham em consideração, já que usa preocupações e
interesses
muito
mais amplos, e
relacionados, sobretudo, com questões cotidianas que afetam suas vidas,
segundo Walshe. Eles dizem que a ética era importante, mas não agem em
conseqüência.
O estudo mostra que um de cada cinco compradores britânicos e ao menos15%
dos americanos não considerariam adquirir produtos e serviços de algumas
empresas concretas. Mas só 5% disse que o faria por razões éticas e não
pelo preço ou pela familiaridade com a marca ou a companhia.
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Se adquirimos um produto de um fabricante de calçado desportivo, o consumidor
não pensa nos trabalhadores com os quais a companhia conta em países em
desenvolvimento ou se a forma como os trata não é muito correta, assegura
o autor.
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A maioria deles dirá que pensa nisso ao comprar o produto, mas quando o adquire
este calçado só pensa que é um produto fantástico". "Poucas pessoas não
o comparariam só por razões éticas, porque estas razões ainda não estão
assumidas em seu baremo de preocupações", considerou.
Segundo mostra, não é que o consumidor seja imoral, senão que somente não pensa
nisso. Se perguntarmos se sabe que está equivocado, reconheceria
que sim, mas se só se fixa no que faz, quer dizer, no que compra,
comprovaria
que só o faz porque simplesmente não associa a companhia com isso.
No entanto, quando a companhia assume que está agindo equivocadamente e que
seu comportamento está significando um problema ou dificuldades, inclusive que
podem repercutir a ele de forma indireta, sua atitude muda. O estudo mostra que
as empresas que se mostram sem motivação real como comerciantes
éticos tem todas as possibilidades de perder no caso de que a farsa seja descoberta.
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Se uma empresa vai tomar uma postura ética, o melhor é ser genuíno,
recomenda o autor, porque se carece de autenticidade, esta falsa atitude
rebitará pesadamente sobre a própria companhia, recalca Walshe. Assim,
defende que as posturas éticas reais influem positivamente no consumidor, recordando que esta postura está razonada
e comprovada por muitas empresas, como por exemplo Body Shop.
Palavras da diretora de desenvolvimento e informação de WWP, Fiona McAnena,
as
pessoas sempre elegem o que se ajusta melhor a suas necessidades. O melhor
marketing é conhecer estas necessidades e oferecer em melhores condições que
os competidores.
Para a maioria dos consumidores, a responsabilidade social das empresas se situa
no último posto da lista. Ser bom, fazer as coisas bem ou de maneira ética,
não é um substitutivo das verdadeiras necessidades que buscam cobrir os
consumidores,
insistiu.
Quando se perguntou aos entrevistados sobre se uma companhia deveria produzir
seus bens sob uma responsabilidade ética mantendo os preços, ou ao contrario
os consumidores deveriam pagar mais por bons produtos realizados responsavelmente,
a resposta foi:
-
30% afirmou
não estar preparados para pagar mais.
-
27%
disse que é responsabilidade da companhia não fazer produtos que possam
prejudicar a saúde e o entorno, em lugar de ser o consumidor o que o
evite com sua compra.
-
65%, opinou que a companhia deveria
etiquetar corretamente seus produtos informando de todos os aspectos sobre sua
produção ou fabricação, antes de que seja o próprio consumidor o que
o tenha que decidir na hora de comprar.