biblioteca exclusiva da univ. wharton . Vermelho Flórida ou azul melancólico? .
Sorvetes Chubby Hubby, esmaltes Trailer Park etc., figuram entre as descrições ambíguas ou surpreendentes engendradas por profissionais de marketing para novos sabores e cores que, em razão do seu nome pouco usual, estimulam as vendas, já que obrigam o consumidor a tentar decifrá-los, informa um estudo recente da UNIV. DE WHARTON.
Em um ensaio intitulado "Nuanças de significado: o impacto dos nomes de cores e sabores sobre a decisão de compra do consumidor”, publicado na última edição do Journal of Consumer Research, Barbara e. Kahn, professora com PHD EM MArketing da univ. de wharton, e Elizabeth G. Miller, professora com PHD EM MArketing do Boston College, constataram que os consumidores reagem positivamente a nomes criativos, mesmo que não sejam suficientemente claros.
Ao analisar balinhas coloridas e suéteres de várias cores, as pesquisadoras observaram uma reação positiva a nomes que pouca informação davam sobre o sabor ou a cor do produto, tais como laranja milênio ou branco aconchegante.
Kahn foi levada a estudar esses nomes pouco comuns quando notou que havia esmaltes cujas cores não davam informação alguma sobre sua aparência real, como PÓLVORA, por exemplo. Outro caso de produtos com nomes inusitados é o da linha de sabores Gatorade Frost, que atende por descrições difíceis de imaginar como Glacier Freeze (algo como congelante geleira), Riptide Rush (maré impetuosa) e Cascade Crash (barulho de cascata). Talvez a última palavra em ambigüidade, diz Kahn, caiba a Crayola, responsável por nomes como Razzmatazz (algazarra) e Floresta Tropical, usados na descrição dos seus crayons, e que nada mais são do que cores. No caso dos esmaltes, a estratégia talvez tenha algo de revolucionário”, disse. Mas é espantoso que a Crayola surja com nomes que não descrevem de modo algum a cor do seu produto.
Em uma experiência inicial em que foram testados nomes de sabores, foi pedido a 100 universitários que preenchessem em um computador um relatório totalmente desvinculado da pesquisa. Concluído o preenchimento, os estudantes puderam servir-se de balas coloridas colocadas à sua disposição. As balas foram distribuídas em seis recipientes diferentes devidamente identificados por sabor. Metade dos participantes teve acesso a nomes meramente descritivos:
Durante
a experiência, os participantes eram distraídos com perguntas
sobre o questionário que haviam preenchido enquanto escolhiam
as balas. Verificou-se, nesse caso, que não havia preferência
pelos sabores de nomes incomuns. Isto significa que a opção
por nomes inusitados é resultado de uma reação cognitiva,
sinal de que a pessoa teve de raciocinar pelo menos um pouco
para fazer sua escolha.
Kahn recorre ao seguinte exemplo para explicar a teoria: - Se A pergunta a B quem é Dave, e B responde que há um Volkswagen amarelo em frente à casa de Susan, A concluirá que Dave tem um Volkswagen amarelo e que está na casa de Susan. Trata-se, literalmente, de um non sequitur; contudo, como A acredita que a resposta de B deve trazer consigo alguma informação, A capta a mensagem subjacente de que Dave encontra-se na casa de Susan. As pesquisadoras queriam também analisar o efeito dos nomes dos produtos em relação à teoria da incongruência:
De acordo com o estudo, as duas teorias não são necessariamente exclusivas. É possível que ambas operem ao mesmo tempo, porém sob condições distintas. Em um segundo estudo, pediu-se a 60 universitários que examinassem um catálogo e fizessem uma encomenda fictícia de suéteres. . Os pedidos seriam feitos com base nos nomes das cores correspondentes às quatro categorias estabelecidas pela pesquisa.
Para entender um pouco melhor a relação entre os dois processos na mente do consumidor, as pesquisadoras elaboraram outro estudo com base no mesmo catálogo de suéteres. . Desta vez, 143 universitários tinham de escolher um suéter cuja cor correspondesse a um dos quatro tipos de nomes analisados. Alguns tiveram acesso a um retalho de tecido colorido antes de saber o nome da cor em questão. Outros foram primeiramente apresentados ao nome, e, em seguida, à cor. Depois que cada um dos participantes havia feito sua escolha, mostrava-se a eles uma fotografia completa do produto na cor escolhida e pedia-se que dessem uma nota pelo grau de satisfação que o produto lhes proporcionava.
Constatamos que a revelação do matiz da cor (dada a conhecer por meio de uma imagem) feita anteriormente à comunicação do nome reduzia a preferência por nomes de cores ambíguos, porém aumentava a preferência por nomes de cores descritivos e inusitados, afirma o estudo.
Conforme observam as pesquisadoras no estudo, quando o consumidor depara com um nome desconhecido, contrariando assim sua expectativa em relação à estratégia usual de marketing que, supostamente, deveria fornecer-lhe um nome mais familiar, sua reação consiste em interpretar de que modo o adjetivo descreve a cor/sabor.
Embora não tenha submetido os nomes com elevado grau de incongruência a testes, Kahn acredita que haverá um momento em que eles produzirão o efeito reverso, frustrando o consumidor com nomes sem sentido, ocasionando assim uma resposta negativa ao produto.
Para Kahn, a utilização de nomes incomuns pode ter melhor resultado em produtos que dependam dos sentidos, como alimentos ou produtos ligados à moda, e é provável que não funcionem para produtos mais sofisticados, como planos de saúde e serviços financeiros.
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