sistema de representação comercial e vendas
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Saber presentear: será mesmo que é melhor dar do que receber?. . Quando as festas estão a todo vapor e o pânico começa a tomar conta daqueles que saem em busca do presente certo para os familiares, amigos e colegas de trabalho, vale a pena refletir sobre uma questão não muito festiva:
Joel Waldfogel, professor de negócios e de políticas públicas da UNIV. DE WHARTON joga um pouco de luz sobre essa questão em um ensaio intitulado:
De acordo com Waldfogel, que trata da questão do ponto de vista econômico, portanto sem intenção alguma de estragar as comemorações de final de ano, as compras feitas pelos consumidores geram um nível de satisfação (ou valor) entre:
Em outras palavras, as opções de consumo feitas por terceiros tendem a gerar menos satisfação do que as opções pessoais. Embora, por um lado, tal coisa pareça evidente, os estudiosos que se ocupam da teoria comportamental coligiram um conjunto impressionante de evidências de que o comportamento do consumidor, conforme constatado em diversos contextos artificiais e do mundo real, não é totalmente racional, explica Waldfogel.
Mesmo na área de opção pessoal de escolha do consumidor, assunto do ensaio de Waldfogel, pesquisas anteriores mostram que as pessoas têm dificuldade em antecipar suas preferências e até mesmo em se lembrar delas.
Tais pesquisas, observa Waldfogel, suscitam questões sérias em torno das preferências do consumidor, sobretudo se seriam confiáveis mesmo nos contextos mais objetivos. . . Suéter vermelho x suéter azul: - Para descobrir se há ou não racionalidade em qualquer esfera do comportamento do consumidor, Waldfogel analisou uma transação econômica simples, a compra de objetos de consumo, tais como vestuário, livros e CDs. A idéia era descobrir se os indivíduos escolhiam melhor aquilo que desejavam quando eles mesmos faziam a aquisição, e não outra pessoa. . Waldfogel escolheu para laboratório de testes as festas do Natal e do Hanuka judaico, uma época em que os indivíduos ganham diversos objetos experimentais escolhidos por outras pessoas. As avaliações que elas fazem desses produtos podem, então, ser comparadas às avaliações de uma amostra controlada de suas próprias aquisições, informa o estudo.
O autor colheu informações sobre a relação entre o doador e o recebedor, bem como uma descrição do objeto comprado. A amostra trabalhou ainda com 500 casos em que os entrevistados compraram e receberam o mesmo tipo de objeto (por exemplo, CDs). Os produtos eram os mais variados possíveis: roupas, livros, produtos eletrônicos, sapatos, cosméticos, videogames, eletrodomésticos e jóias..
Para o autor, a pesquisa feita atende às necessidades de diferentes públicos. Por exemplo, varejistas que queiram saber de que modo podem ajudar o consumidor a comprar coisas que sejam do agrado da pessoa a ser presenteada.
Obviamente o fato de que o processo de presentear implica em perda de valor para o indivíduo que recebe o presente ignora os benefícios que tal transação pode proporcionar a quem dá o presente, observa Waldfogel. Se acabássemos com a prática de dar presentes, incentivando as pessoas a dar dinheiro no lugar de objetos, o ganhador, de certa forma, seria beneficiado com essa troca, mas não seria uma experiência tão boa assim para o doador. Como aponta o estudo:
Além disso, mesmo quem recebe não está imune ao valor sentimental associado ao recebimento do presente, diz Waldfogel. Em meu estudo, pedia ao recebedor que não levasse em conta esse sentimento. Contudo, se o valor sentimental só puder ser expresso por meio de um presente, segue-se que pedir às pessoas para que dêem outra coisa, como dinheiro, por exemplo, sufocaria a expressão desse valor sentimental, acarretando em nova perda.
O Grinch: - Waldfogel redigiu um ensaio em 1993 intitulado “O prejuízo do Natal”, em que indagava aos entrevistados que valor atribuíam aos objetos com que eram presenteados. O autor constatou que:
O ensaio não levava em conta os objetos adquiridos pelas pessoas para si mesmas, observa Waldfogel, acrescentando que o ensaio deu margem a uma enorme polêmica, a ponto de alguns entrevistados o compararem ao Grinch personagem do filme homônimo que detesta o Natal. Além disso, diversos estudos subseqüentes colocaram em dúvida os resultados da pesquisa de Waldfogel ao afirmarem que os recebedores valorizam os presentes recebidos em um grau que supera o preço pago por eles.
Em alguns casos, a resposta foi zero. Ponderei então os resultados obtidos e cheguei a 87%. Cometi um erro, entretanto, em relação a todos os estudos já feitos, inclusive o meu, ao comparar a avaliação das pessoas com o parâmetro errado. O parâmetro correto de comparação teria de levar em conta o grau de satisfação obtido pelo indivíduo ao fazer uma aquisição para si mesmo, em vez de comparar o presente ganho a um parâmetro de 100%. Conforme o autor observa em seu ensaio atual,
Se os consumidores estiverem bem informados, supostamente mais bem informados do que quem dá o presente, é impossível que o doador consiga superar o desempenho do recebedor na escolha do objeto de consumo, afirma o autor do ensaio. Por outro lado sobretudo em vista da evidência do comportamento irracional por parte do consumidor é possível que os doadores saibam mais a respeito das preferências dos recebedores, e dos produtos, do que os próprios recebedores. Tudo isso aponta para o fato de que os doadores mais familiarizados com as preferências dos recebedores escolherão objetos mais valorizados por estes últimos e por dólar gasto. . Limites da irracionalidade: - Segundo Waldfogel, embora os resultados do estudo não coloquem em dúvida a irracionalidade comprovada dos consumidores em outros contextos, nossos resultados indicam que há um limite para o alcance da crítica comportamental da irracionalidade.
A racionalidade talvez tenha limites, porém a irracionalidade também é limitada. Os resultados apontam para uma esfera de tomada de decisão na aquisição de objetos de consumo familiares na qual a soberania do consumidor é indisputável. Em síntese, o que o autor quis dizer foi que:
.. PROFESSOR CITADO NO ARTIGO . . . |
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