o
cavalo e o javali
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Todos os dias o cavalo selvagem saciava sua sede em um rio raso.
Ali também acudia um javali que, ao remover o barro do fundo com as patas e o focinho, deixava a água turva.
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O cavalo lhe pediu que tivesse mais cuidado, mas o javali se ofendeu e o chamou de louco.
Acabaram se encarando com ódio como os piores inimigos. Então o cavalo selvagem, cheio de ódio foi pedir ajuda ao homem.
Eu enfrentarei esta besta disse o homem mas deves permitir que eu monte em
ti. O cavalo aceitou e saíram em busca do inimigo...
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Encontraram-no próximo do bosque e antes que pudesse se esconder, o homem
acertou a sua lança e o matou.
Livre do javali o cavalo entrou no rio para beber em suas águas claras, certo de que não voltaria a ser molestado.
Mas o homem não pensava desmontar. Fico feliz de haver te ajudado
lhe disse, não só matei esta besta que me alimentará e seu couro me
vestirá, senão também capturei um esplêndido cavalo.
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E, mesmo resistindo, o obrigou a fazer a sua vontade e lhe pôs rédeas e
cabresto. Ele que sempre havia sido livre como o vento, pela primeira vez em sua vida teve que obedecer à um dono.
Ainda que a sua sorte estava lançada, desde então se lamentou noite e dia:
Besta
de mim! Os incômodos que me causava o javali não eram nada comparados com isto! Por dar valor demais a um assunto sem importância, terminei sendo escravo!
Às vezes com o afã
DE castigar o mal que nos fazem, Nos aliamos com quem tem intenções de nos
dominar.
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FEDRO:
Muito pouco é o que se sabe de Fedro. Mas muitas das fábulas de Esopo foram reescritas em verso pelo poeta grego
Babrio, provavelmente nos séculos I e II a.C., e em latim pelo poeta romano Fedro no século I d.C.