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Sistema de Representação Comercial para Representantes Comerciais

2018

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JUST-IN-TIME  = JUSTO A TEMPO

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O termo Just-in-time entrou no vocabulário da gestão na década de 80 e, hoje, já são poucos os gestores que não ouviram falar deste método de gerir as existências. Mas o que poucos responsáveis conhecem verdadeiramente são as condições de implementação deste sistema na empresa. É que o Just-in-time é muito mais do que uma técnica de controle ou um sistema para gerir e reduzir ao mínimo os estoques. Alguns autores consideram mesmo o Just-in-time como uma filosofia industrial global (Artigo: break even point - ponto de equilíbrio).

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Em termos muito simples, trata-se de um método que visa eliminar todas as fontes de desperdício, eliminar tudo o que não acrescenta valor à empresa. Conseguir ter um volume de estoques zero é talvez o efeito mais visível mas não é o único. Convêm, assim, começar por indicar que só se pode implementar com sucesso uma filosofia Just-in-time na empresa se forem resolvidos os problemas seguintes:

Lay-outs pouco eficazes.

Fornecedores pouco fiáveis.

Avarias frequentes das máquinas.

Problemas de qualidade.

Mudanças de série demoradas.

Frequentemente, o JIT - JUST IN TIME é associado a um princípio de organização destinado à grande indústria, que só faz sentido em grandes unidades de produção. Mas esta técnica de gestão nada tem a ver com séries de produção repetitivas nem longas, mas sim com prazos reduzidos e com produção de pequenas quantidades. Assim, esta é uma técnica de gestão perfeitamente adaptável às pequenas e médias empresas industriais (Artigo: A vida de um produto).

Princípio do Just-in-time: o JIT aplica-se tradicionalmente a empresas industriais, que transformam matérias-primas em componentes, agrupados depois em subconjuntos e finalmente num ou em vários produtos finais. Assim, o princípio do JIT pode resumir-se numa regra essencial, dividida em quatro fases distintas mas semelhantes: é necessário produzir e disponibilizar:

Os produtos acabados no momento exato em que se tornam necessários para a venda.

Os subconjuntos no momento exato em que são necessários para a montagem dos produtos finais.

Os componentes no momento exato em são precisos para a montagem dos subconjuntos.

As matérias-primas no momento exato em que vão ser utilizados para a fabricação dos componentes.

As doze regras do Just-in-time: para conseguir implementar com sucesso esta técnica de gestão na empresa, é importante respeitar algumas regras básicas, mas por vezes esquecidas:

Só produzir o que é pedido pelo cliente e só quando ele o pretende, e portanto não constituir estoques, sejam de produtos acabados ou intermédios em qualquer altura.

Ter prazos de fabricação curtos.

Dispor de uma grande flexibilidade, de forma a poder responder rapidamente a alterações no mercado.

Fabricar pequenas quantidades de cada tipo de peças, subconjuntos ou produtos finais.

Conseguir efetuar uma rápida mudança de ferramentas e uma disposição das máquinas eficaz.

Só comprar as quantidades necessárias à produção que já foi pedida ou encomendada.

Dispor as máquinas e organizar a produção de modo a que se minimizem as esperas ou perdas.

Armazenar as matérias-primas e os produtos semi-acabados junto dos locais onde são necessários, para evitar perdas de tempo e de eficiência no transporte.

Dispor de máquinas e ferramentas altamente fiáveis, de modo a que não se avariem no momento exato em que são necessárias.

Controlar com muito rigor a qualidade das peças a serem fabricadas.

Só comprar as matérias-primas e os componentes que assegurem uma qualidade superior.

Empregar recursos humanos polivalentes e capazes de se adaptar a uma produção descontinuada.

Meios necessários para mudar para o Just-in-time: das regras anteriormente indicadas, decorre uma série de ações a tomar, numa primeira fase, para começar a preparar a empresa para a implementação desta técnica de gestão. A saber:

Simplificar e otimizar: antes de sequer começar a pensar em implementar um tipo de gestão Just-in-time na empresa, é necessário repensar toda a produção de modo a responder eficazmente aos pedidos dos clientes. A nova arrumação e lay-out da fábrica deverá ser flexível, responder a altos padrões de qualidade, evitar tempos de espera e responder rapidamente a alterações na produção (Artigo: ANÁLISES ABC ou ANÁLISES DE Pareto?).

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Formar os recursos humanos: este ponto é frequentemente esquecido mas é essencial para que a implementação do Just-in-time na empresa se faça com eficácia. A idéia é a de ensinar o pessoal a funcionar segundo novos moldes, com novos objetivos e segundo novas regras. A motivação só se consegue se for efetuado um trabalho conjunto com todos.

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Colaborar com os fornecedores: os fornecedores são sempre uma peça chave no desempenho da empresa. No caso do Just-in-time, a sua atuação é crítica. É preciso estabelecer novas relações com eles para que possam colocar as quantidades necessárias de matérias-primas ou produtos semi-acabados, com elevada qualidade, na altura certa. A relação com os fornecedores passará a assentar mais numa parceria que numa simples compra e venda. Só com o apoio destes é que se consegue uma passagem para o Just-in-time eficaz. É vantajoso para a empresa explicar o seu processo e os seus objetivos aos fornecedores para que estes possam colaborar com ela. É também mais fácil tratar com um número menos extenso de fornecedores (Artigo: PEST: Uma ferramenta para a análise do modelo de negócios).

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Colaborar com os clientes: também é útil que os clientes possam colaborar com a empresa que funciona no regime de Just-in-time. A empresa pode pedir-lhes, por exemplo, ajuda de forma a estabilizar a carga da produção, combinando com eles um programa de entregas. Além disso, é sempre vantajoso para a empresa fazer passar a mensagem aos clientes do aumento de qualidade conseguido.

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Conceber a produção em novos moldes: funcionar em Just-in-time represente para a empresa uma alteração profunda das suas práticas. Toda a organização da empresa deve assim ser modificada para responder mais eficazmente. A disposição funcional das atividades deve ser substituída por linhas de produtos, todo o trabalho de gestão de estoques de produtos finais ou intermédios deixa de fazer sentido, podendo a empresa colocar estes funcionários a fazer outras tarefas, etc. (Artigo: 9 de cada 10 gerentes utilizam mal as estatísticas).

Refiram-se três aspectos essenciais:

A planificação deixa de ser feita em função de projeções de vendas, sempre falíveis, e passa a ser efetuada com base em encomendas firmes.

Já só é preciso calcular as necessidades a curto prazo, sendo inútil avaliar com precisão as necessidades a longo prazo.

Passam a ser desnecessárias várias funções: controle de estoques, estoques intermédios, as ordens de fabricação, controle da produção, cálculo dos custos.

Como mudar para o Just-in-Time: - Haverá sempre várias formas de uma empresa mudar a sua produção para começar a aplicar um sistema Just-in-time. Uma estratégia possível é um processo que se divide em dez passos:

Obter a aprovação e o apoio da gestão de topo: é necessário que os dirigentes máximos da empresa estejam conscientes do que significa mudar para o Just-in-time, em termos de custos, de benefícios e de alteração da estrutura da empresa. 
Elaborar um plano de implementação realista e compreensível 
Convencer os trabalhadores: para esse efeito é necessário dar formação, incentivar a participação de todos, nomeadamente através de círculos de qualidade, e fornecer uma liderança forte. 
Na linha de montagem final: estabilizar a produção para que os outputs finais por dia sejam sempre idênticos. Para isso será necessário usar caixas ou outros contentores com peças estandardizadas e facilmente acessíveis, segundo o sistema Kanban. 
Nas fases intermédias: reduzir os tempos de espera e o tamanho dos lotes nas várias fases de produção de forma a que correspondam exactamente às quantidades necessárias para a fase final de produção. 
Eliminar o inventário do armazém principal e colocá-lo junto da linha de montagem, no local onde as peças são necessárias. 
Equilibrar os ritmos de fabricação com os ritmos de montagem final. Isto pode implicar repor algumas peças que faltem; um stock mínimo pode assim ser necessário nesta fase. 
Prever espaço livre em todas as áreas ou secções: se houver falhas, será necessário ocupá-lo, com peças ou outras máquinas ou ferramentas, para assegurar a produção e recuperar o tempo perdido. 
Colaborar com os vendedores de forma a que o ritmo de entregas se identifique com o ritmo de produção. 
Eliminar o inventário que se justificava para gerir a produção a longo prazo e as variações da produção.

Vantagens e desvantagens do Just-in-time: a principal vantagem do Just-in-time deriva diretamente da sua definição: reduzir os custos, essencialmente por três vias:

Redução de estoques: já não é necessário disponibilizar um espaço e recursos humanos para tratar dos aprovisionamentos.

Redução de tempo: o mesmo nível de produção pode ser atingido em menos tempo, o que permite evitar horas extraordinárias e/ou aumentar a produção face a um aumento pontual da procura.

Aumento da qualidade: Sendo o output final de maior qualidade, evitam-se custos com peças ou produtos defeituosos além de ser um excelente argumento de venda, reforçando a presença no mercado.

A maior desvantagem deste sistema é a que decorre de incertezas na envolvente da empresa. Se algo não funcionar bem, e o exemplo de uma greve nos transportes é a mais evidente, tudo pode ficar parado. Por isso, algumas empresas, além de um sistema de Just-in-time, mantêm também o "just in case", algum estoque de segurança que permitirá evitar perdas no caso de problemas com a envolvente, nomeadamente os fornecedores.

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