MEUS
PRIMEIROS PASSOS...
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sala
de histórias de marcas e produtos
O essencial é lembrar que quase todos vivemos demasiado encerrados em nós mesmos. Por isso ao tratarmos de vender aos outros as nossas idéias, temos que nos concentrar mais em seus desejos que nos nossos. Se quer que alguém satisfaça uma necessidade vital para você, é preciso que descubra o que a outra pessoa deseja e aja em função deste interesse pessoal, para assim favorecer o seu próprio. Em outras palavras, não deve ser indiferente aos demais, se de verdade deseja que estes colaborem com você.
John H. Johnson foi presidente da Johnson Publishing Company e o
primeiro homem negro a entrar na lista da revista Forbes dos 400 mais ricos do mundo...
Eu
era pobre e ambicioso, e estava morto de medo. Também estava
desesperado, por que necessitava urgentemente de U$ 500 dólares para
custear os selos e os envelopes que lançariam ao mercado minha
resplandecente e simples revista: BLACK
DIGEST. Me
encontrava tão próximo do êxito que quase podia saboreá-lo. Assim
mesmo o triunfo parecia muito distante. Em 1942, 500 dólares eram muito
dinheiro, sobretudo para alguém que tinha crescido no Arkansas (EUA)
e na miséria.
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Resolvi
fazer algo inédito para aquela época: - Recorri a um importante banco
de Chicago para solicitar um empréstimo de U$ 500 dólares para começar
um novo negócio. O ajudante do ajudante o qual finalmente me
entrevistou, riu na minha cara: Nós
não concedemos empréstimos para pessoas de cor,
me informou. A raiva quase me dominava, mas minhas leituras de superação
pessoal me aconselhavam a não perder os estribos e sim aguçar o
entendimento.
O
tinha que fazer era transformar aquele obstáculo em uma escada. Assim
olhei aquele homem nos olhos e lhe perguntei: E quem pode fazê-lo nesta cidade?
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A única instituição deste tipo que conheço é a Citizens Loan
Corporation, respondeu, me olhando com renovado interesse.
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Perguntei se ele conhecia alguém nesse estabelecimento, e me deu o
nome de uma pessoa.
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Posso dizer que foi você quem me enviou?
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Me
olhou por um momento e por fim respondeu: Claro que sim!
Dias
depois um funcionário da Citizens explicou:
Podemos
lhe conceder o empréstimo, mas somente com uma garantia; quer dizer
uma casa ou algum outro ativo tangível, que você possa oferecer uma
garantia da operação.
Eu
não tinha casa própria, mas havia ajudado a minha mãe a comprar móveis
novos. Lhe pedi que me permitisse usá-los como garantia. Assim obtive o
empréstimo de 500 dólares, com os móveis de minha mãe penhorados,
e fiz andar a "BLACK
DIGEST". Com o
primeiro número desta revista iniciou-se a Johnson
Publishing Company,
empreendimento que hoje vale 200 milhões de dólares. O segredo de meu
êxito foi muito simples:
tive
sorte, atuei no momento oportuno e trabalhei como um condenado.
Confiei também na lógica dos acontecimentos, que sempre favorecem os
audazes, ativos e preparados.
É
possível conseguir outra vez...?
Você pode começar com 500 dólares e construir uma empresa de 200 milhões de dólares. Da minha parte,
continuo acreditando que as
oportunidades de fazer negócios são tão vastas como o mundo; mas
penso também que é um erro propor-se a tornar-se rico. É melhor
conceber o êxito a passos pequenos; a cada passo que damos se reforça
nossa confiança para seguir em direção da nossa meta.
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E
como dei os meus próprios passos? No início como vendedor,
pedia a meus prováveis clientes somente cinco minutos. Se você coloca
um pé na casa e planta um bom argumento, é provável que seu
interlocutor lhe permita terminar, ainda que demore uma hora. Ao contrário
se não consegue fazê-lo interessar-se por aquilo que você diz, bastam
cinco minutos. Independentemente
do tempo do que dispusera, sempre baseei minhas apresentações, em três
princípios provados e comprovados...
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Descubra
um tema de interesse mútuo, e finque o pé nisto. Você
e seu cliente podem discordar em muitas coisas, mas não esqueça que
você está ali para destacar os valores, as expectativas e as aspirações
que vinculam a ambos. Minha entrevista de cinco minutos com um cliente
em perspectiva estava precedida por meses inteiros de preparação.
Quando meu lapso de oportunidade se iniciava, eu já sabia tudo a
respeito de seus interesses, paixões, passatempos e sonhos.
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Uma
vez apliquei este método para vender espaço publicitário a Zenith
Radio Corporation.
Então o diretor geral da Zenith
era Eugene
McDonald,
brilhante e enérgico executivo. Lhe escrevi para solicitar-lhe uma
entrevista que versaria sobre o investimento publicitário de sua
empresa, orientada para os consumidores de raça negra.
McDonald
respondeu imediatamente, sem dúvida só para se livrar de mim: Recebi
sua carta, mas eu não me encarrego pessoalmente da publicidade.
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Não
desanimei. Em todos os momentos cruciais de minha vida, as pessoas me
disseram que não no
começo. Dessa vez não iria permitir que esse homem se livrasse de
mim com uma resposta de rotina.
Assim
não cedi em meu empenho. Esta bem pensei. Ele e o presidente da
empresa, e não se ocupa da publicidade.
De que se ocupa então? A resposta era obvia; fixava e vigiava a política da empresa. Entre elas provavelmente a política publicitária. Voltei a lhe escrever inquirindo se poderia falar com ele a respeito de sua política publicitária com respeito à população da raça negra...
Você é um jovem tenaz, respondeu, Eu o receberei mas lhe advirto que se você pensa em colocar um anúncio publicitário em sua publicação, porei fim a
entrevista!
Isso me colocava um novo problema, De que falaríamos...?
Recorri
a obra Who’s
Who in América (Quem é quem nos EUA),
e descobri que McDonald
havia sido um explorador que havia visitado o Ártico vários anos
depois que Matthew
Henson e o Comandante
Robert Peary,
fizeram a sua famosa expedição ao Pólo Norte. Averigüei também que Henson,
que dizem que foi o primeiro ser humano a pisar no Pólo Norte, era de
raça negra, e que havia publicado um livro acerca de suas vivências.
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Essa
era a abertura que me faltava! Fiz com que nosso correspondente em Nova
York localizasse Henson
e lhe pedisse o seu autografo em um exemplar de seu livro para McDonald.
Me ocorreu também que o próprio Henson
constituiria em um bom tema para a revista, assim tirei um artigo do número
de julho de Ebony
e inseri em seu lugar uma biografia de Henson.
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A
primeira coisa que McDonald disse, quando entrei em seu escritório,
foi: Está
vendo estes esquis. Quem me presenteou foi Matthew Henson, a quem
considero meu amigo. Sabe alguma coisa do livro que escreveu?
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Sim, por casualidade trago um exemplar, que ele teve a bondade de
autografar para você, respondi.
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Visivelmente
emocionado, folheou o livro, e logo em tom de desafio, disse: - Você
publica uma revista para negros. Em minha opinião, qualquer publicação
orientada para esta comunidade deveria conter a história de um homem
como Matthew Henson.
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Concordei
com ele e lhe entreguei um exemplar do número de julho, folheou a
revista do começo ao fim, assentindo em sinal de aprovação. Lhe
expliquei que havia fundado a revista para poder dar importância as
façanhas de homens como Henson, que demonstram que a excelência
derruba qualquer barreira.
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Lhe
direi algo, não vejo nenhuma razão para não anunciarmos nesta
revista, concluiu.
Nos
anos sessenta decidi construir em Chicago
- EUA, um
edifício de escritórios para alojar a matriz de minha empresa. Depois
de recorrer à banco atrás de banco durante quase dez anos para
conseguir um empréstimo, resolvi forçar os acontecimentos.
Reuni dois
milhões de meu próprio capital, fiz um contrato com uma construtora e
combinei que ele seguiria construindo até que eu obtivesse um contrato
de hipoteca pelos outros cinco milhões que requeria o projeto. Se não
conseguisse a hipoteca antes que meu depósito inicial se esgotasse, ele
suspenderia a obra.
A
edificação começou e continuou até que só restava dinheiro para uma
semana de trabalho. Casualmente então tive um jantar com um alto
executivo da companhia de seguros Metropolitan
Life Insurance,
na cidade de Nova
York.
Lhe mostrei os planos do projeto que sempre levava comigo e tentei fazê-lo
se interessar em financiar o meu edifício. Quando se fez
evidente que eu estava disposto a estender os planos sobre a mesa, ele
me disse: Não
podemos falar aqui. Vá ao meu escritório amanhã pela manhã.
No
dia seguinte, considerou que provavelmente a Metropolitan poderia me
conceder a hipoteca. Magnífico! Só que preciso fechar o contrato
hoje mesmo.
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Deve estar brincando! Nunca fechamos um contrato de hipoteca em um
dia.
Aproximei meu rosto e insinuei: Você está à frente deste
departamento. Talvez deveria confirmar se tem poder suficiente para
consegui-lo em um dia...
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Sorriu
e aceitou. Você está me pressionando mas vou tentar. tentou
e o que parecia impossível se fez realidade! Desta maneira voltei
para Chicago apenas umas horas antes de que se esgotassem os fundos..
Vender
é questão de descobrir
e tocar este ponto sensível da pessoa que o move a dizer que sim.
Neste caso se tratou do sentido do próprio poder e influência que
este executivo tinha. Sempre existe algo que faça com que o ser
humano reaja ou diga que sim. Acaso não tenha nada a ver com a sua vida profissional; talvez seja um sonho, uma esperança ou um compromisso com algo ou alguém.
Um
exemplo ainda perdura em minha memória: O
representante
COMERCIAL de
uma empresa do Tennessee
- EUA, veio
a Chicago
vendendo uma nova linha de cosméticos, e eu lhe comprei alguns destes
produtos para a minha empresa. Em seguida aquele homem foi para Nova
York e
obteve dois pedidos muito mais importantes. Quando voltou para o Tennessee,
não teve tempo de atender meu modesto pedido, que havia prometido
entregar em certa data.
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Baseado em sua promessa, eu havia me
comprometido a encher algumas prateleiras de certos estabelecimentos.
Sempre
que eu telefonava, livrava-se de mim com qualquer desculpa então disse
para mim mesmo: Devo encontrar uma maneira a convencer este homem para que cumpra a sua palavra. O que o fará
agir...? Nisso passou em minha mente a idéia da honra, conceito importante nas tradições do sul dos EUA.
Na
vez seguinte em que eu lhe telefonei o adverti: Você é do
sul e eu também sou e quero que saiba que deliberadamente lhe comprei
este produto de uma companhia do sul, ainda que também me ofereceram
produtos de várias companhias estrangeiras.
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Por
outro lado quando vivi no sul, os brancos não prometiam grande coisa
aos negros, no entanto se empenhavam a sua palavra, podia-se confiar
nela. Passei
vinte anos longe do sul, os homens brancos mudaram tanto assim?
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Por
uns instantes o homem se calou, depois solícito me perguntou: Para
quando você precisa da mercadoria, Jonhson...?, Lhe disse que para a
semana seguinte. Que lhe parece para esta semana?
John
H. Johnson
presidente
da Johnson Publishing Company
Consorcio que inclui as revistas
Ebony
e Jet, uma empresa de cosméticos, uma agência de modelos, e várias estações de rádio e televisão. A Universidade
Howard
- EUA, decidiu dar à sua escola de Comunicação o nome de John H. Johnson, depois que o empresário doou US$:4 milhões à instituição. Proprietário da maior editora de títulos para negros do mundo, que publica as revistas Ebony e Jet, Johnson disse que seu presente foi um reconhecimento pelo importante papel da Howard em educar estudantes afro-americanos. O dinheiro vai permitir que a universidade comece a construir nova sede para sua escola de comunicação.