História
do Iogurte .
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O
leite fermentado que deu origem ao iogurte da atualidade teve origem no
Oriente, como o prova o próprio nome (jugurt). Através das expedições,
guerras e relações comerciais entre os fenícios e os egípcios e,
mais tarde, também através de gregos e romanos, este alimento que hoje
faz parte do nosso cotidiano rapidamente se difundiu, conquistando uma
posição privilegiada na dieta alimentar dos mais diversos povos. Um
alimento delicioso, produzido em marmitas de barro ou junto ao dorso dos
camelos. A origem do iogurte ainda não é totalmente conhecida, mas há
vários episódios, espalhados pelo mundo, que podem estar na base do seu
aparecimento na antiguidade.
. Durante
o período neolítico, os pastores começaram a domesticar animais mamíferos
e a utilizar o seu leite como alimento. Não se sabe quais foram os
primeiros animais domesticados, mas tudo indica que tenham sido as
camelas, búfalas, cabras, ovelhas e vacas. O leite destes animais era
armazenado em marmitas de barro à temperatura ambiente, o que,
conjugado com o clima do deserto, cujas temperaturas chegam a atingir os
43ºC, criava as condições ideais para que o leite fermentasse,
produzindo um rudimentar tipo de iogurte.
Nos
desertos da Turquia, os pastores armazenavam o leite fresco em bolsas
feitas de pele de cabra. Os sacos colocavam-se atados nos camelos e o
calor do seu corpo encostados nos sacos, propiciava a multiplicação
de bactérias ácidas. Várias horas depois, quando os pastores se
preparavam para beber o leite, encontravam uma massa semi-sólida e
coagulada: o
leite acabara de converter-se em iogurte, o que os pastores
consideravam delicioso. Uma vez consumido o fermento lácteo contido
naquelas bolsas, estas voltavam a ser cheias de leite fresco que,
devido aos resíduos precedentes, se transformava novamente em leite
fermentado.
Outras
indicações dão conta de que o iogurte possa ter aparecido junto dos
antigos povos nômades dos Balcãs e, também, nas zonas de estepes da
Ásia Central. Muitas versões, indicam que o exército de Gengis Khan e à
misteriosa longevidade do povo búlgaro segundo Galeno, célebre médico
grego do século II a.C., que descreveu as virtudes deste alimento,
realçando a sua maior digestibilidade comparativamente ao leite e o seu
efeito benéfico e purificador no excesso de bílis e nos problemas de
estômago.
Dioscórides,
outro importante médico da antiguidade, recomendou o iogurte como
medicamento para o tratamento do fígado, do estômago, do sangue, da
tuberculose, como depurativo geral e contra as supurações.
Em
Damasco, no século VII, surgiu um livro de medicina intitulado "Grande
explicação do Poder dos Elementos e da Medicina". Nesta
obra, sucessivamente complementada e atualizada por diversos médicos
eruditos gregos, árabes e hindus, recomendava-se unanimemente o consumo
de iogurte como calmante, refrescante e regulador intestinal.
Gengis
Khan o célebre guerreiro e líder militar dos mongóis,
alimentava o seu invencível exército com iogurte, tomado ao natural
ou utilizado como conservante da carne ou de outros alimentos (artigo:
história de Gengis
Khan).
É
quase certo que o iogurte, bem como os leites fermentados, têm ocupado
desde sempre um papel importante na alimentação dos habitantes do
Oriente Médio e da Europa Central. No entanto, no Ocidente, só se
consumia ocasionalmente. Esta
realidade alterou-se quando o consumo de iogurte começou a aumentar
gradualmente na Europa Ocidental, devido ao aparecimento das primeiras
teorias sobre longevidade. Entre estas, destaca-se a do biólogo russo
Lia Metchnikoff (1910), que relacionou o consumo elevado de iogurte com
a superior longevidade das tribos das montanhas da Bulgária.
Naquela
época, o povo búlgaro era o mais pobre da Europa: o árido território,
as contínuas invasões e dominações estrangeiras determinaram um nível
de vida muito baixo.
Apesar
da situação desfavorável, Metchnikoff descobriu que, numa população
com pouco mais de um milhão de habitantes, cerca de 1600 pessoas
ultrapassavam os 100 anos de idade, com ótimas condições de saúde
(na América do Norte, a proporção de pessoas com esta idade era de 11
para um milhão). Após ter analisado a dieta dos búlgaros, o biólogo
russo descobriu que o iogurte era um dos seus componentes básicos,
juntamente com o consumo de grandes quantidades de produtos hortícolas
de cultivo próprio. Assim,
foi atribuída a causa desta longevidade ao iogurte, que continha bactérias
capazes de converter o açúcar do leite (a lactose), em ácido láctico.
.
Prosseguindo as suas investigações, Metchnikoff isolou o bacilo e
dedicou todos os seus esforços a estudar as propriedades deste
microorganismo, que chamou de Bacillus Bulgaricus, mais tarde denominado
Lactobacillus Bulgaricus. Concluiu
que no intestino grosso havia um conjunto de micróbios que contribuíam
para a putrefação e desencadeavam fatores degenerativos no organismo,
acreditando ainda que, implantando a bactéria proveniente do iogurte no
trato intestinal, aquela produzia ácido láctico e impedia que se
desenvolvessem as bactérias da putrefação neste ambiente ácido.
No
princípio do século XX, o iogurte era considerado um medicamento e
estava disponível apenas em farmácias. Nos últimos anos, o seu
consumo generalizou-se na Europa, graças ao desenvolvimento
industrial, tecnológico e, sobretudo, científico. Vários estudos
reconhecem as múltiplas virtudes nutricionais do iogurte e a presença
de uma série de fatores multidimensionais implicados na promoção da
saúde humana.
Além
dos tipos de iogurte já considerados tradicionais, como os
aromatizados, líquidos, com pedaços de frutas e magros, a evolução
tecnológica da produção conduziu à entrada de novos conceitos, com
maior valor acrescentado, que progressivamente têm conquistado os
consumidores. Em função do seu modo de vida, cada vez mais ativo e
urbano, os consumidores têm vindo a incluir cada vez mais o iogurte na
sua dieta alimentar, não só pelo fato de ter um consumo rápido e prático,
mas também, e principalmente, pelas qualidades organolépticas e de saúde
que lhe estão associadas.
Em
1919, o espanhol Isaac Carasso começou a fabricar iogurte com leite
fresco num pequeno galpão depois de ouvir falar dos benefícios do
alimento. Batizou-o de Danone, as primeiras letras do nome do filho,
Daniel, unidas à palavra inglesa one (um em inglês), pois o menino
era o primogênito. O
negócio prosperou por Espanha e, em 1932, Daniel Carasso montou uma fábrica
em França. Daniel era Judeu, e, quando estourou a triste 2ª Guerra
Mundial, foi obrigado a exilar-se em USA. Lá fundou a Dannon Companny. Nesse
período, as fábricas francesa e espanhola tinham ficado com pessoas
de confiança e, quando Daniel voltou à Europa, em 1952, reassumiu o
controle.
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