A
HISTÓRIA DA CANETA
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O jornalista húngaro
Laszlo José Biro (1899-1985) quebrou a cabeça até produzir em 1937,
a primeira caneta que não precisava estar sendo molhada no tinteiro. Com a ajuda de seu irmão György, que era
químico e do amigo Imre Gellért, um técnico industrial, Biro começou a
engenhar a primeira solução. Ele acondicionou a tinta dentro de um tubo plástico e na ponta, colocou uma esfera de metal que, ao girar, distribuía a tinta de uma maneira uniforme pelo papel.
Em sociedade com um amigo, abriu uma
pequena fábrica, que funcionava inicialmente numa garagem. Na época, o escritor alemão Friedrich Nietzsche chegou a criticar a iniciativa dizendo que a tal caneta iria tolher o pensamento... "Se deixarem de existir as pequenas pausas para molhar a caneta no tinteiro, para recarregar a caneta e para secar a tinta, quando então se desenvolverão as
idéias?
Pois eram justamente essas pausas forçadas que irritavam o jornalista
Biro.
Conta-se que ele teve a idéia quando os colegas de escola de sua filha mancharam os cabelos dela com um tinteiro. Outros garantem que ele descobriu o caminho para desenvolver a caneta esferográfica na oficina do jornal em que trabalhava, em Budapeste, ao observar o funcionamento das máquinas rotativas, cujos cilindros se empapavam de tinta e imprimiam no papel o texto neles gravado.
Depois de muitas tentativas,
Biro, juntamente com seu irmão György, produziu em 1938 o primeiro
protótipo da caneta recarregável com a ponta em forma de esfera móvel. Em uma das extremidades, colocou uma ponta arredondada de metal, no lugar do bico da caneta-tinteiro.
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A tinta
em pasta foi acondicionada num tubo plástico. Devido à força da gravidade, a tinta umedecia a esfera, e esta, ao girar, a distribuía de modo uniforme pelo papel sem sujar os dedos ou provocar borrões. Em agosto de 1944, a revista americana Time publicou uma nota sobre a novidade, lembrando que ela era a única caneta que permitia escrever a bordo de um avião, porque a tinta não vazava.
No ano 1938 já havia patenteado um modelo rudimentar da caneta em
seu país, na França e na Suíça. Neste mesmo ano estava trabalhando
como repórter de um jornal húngaro, na Iugoslávia. Em determinado momento
escreveu uma nota sobre um escritório na entrada do hotel em que
estava hospedado, com um primitivo modelo da caneta que as vezes
funcionava e as vezes não.
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A nota era um rascunho que deveria enviar
para a Hungria e ao seu lado encontrava-se um homem baixo de óculos.
Depois de enviar o telegrama, quando subiu para ir a seu quarto, o concierje do hotel o chamou:
O senhor que estava ao seu lado
é um engenheiro e o viu escrevendo com um instrumento que ele não
conhece. Você aceitaria recebe-lo para conversarem. Ladislao
respondeu que não via nenhum inconveniente e o convidou para uma
entrevista. Então este senhor lhe perguntou quem era e a que se
dedicava: ao que respondeu que era um jornalista húngaro, que estava
trabalhando eventualmente na Iugoslávia e que além do mais era
inventor. Depois lhe perguntou porque não vem trabalhar na
Argentina?
Então, o misterioso homem lhe comentou que havia estado observando detidamente
o instrumento, para ele desconhecido, com o qual escreveu a nota
e que pensava que na Argentina não ia ter nenhum tipo de problema
se decidisse viajar para aquele país para trabalhar na produção
deste tipo de caneta.
Então o jovem inventor lhe respondeu que no
centro da Europa não lhe outorgavam o visto para residência na
Argentina. Ante este impasse, o engenheiro lhe
entregou um cartão pessoal assinado e lhe assegurou que com este não
teria problemas para receber o visto no consulado da Argentina na Iugoslávia
ou na França. Ao observar o cartão, Ladislao Biro pode ler no
mesmo o seguinte: Agustín P. Justo, presidente
da República Argentina.
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Foi justamente na América do Sul que o jornalista húngaro teve a idéia de substituir a tinta por uma pasta líquida. Novamente
Biro começou a fazer experimentos até desenvolver a consistência ideal da pasta líquida e conseguir que uma
empresa sueca lhe enviasse as esferas móveis com a precisão necessária. No dia 10 de junho de 1943,
Ladislao
Biro recebeu a patente da primeira caneta esferográfica como conhecemos hoje em
dia.
O sucesso se fez sentir ainda durante a guerra: até a Aeronáutica inglesa adotou as canetas, pois nem a altitude nem a variação de pressão interferiam no desempenho do objeto. A explosão de vendas aconteceu nos Estados Unidos.
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Quando entrou no mercado americano, em 1945. Paradigma
do "inventor profissional" comprometido com seu rol social a favor do progresso
da humanidade, é o autor de numerosos inventos entre os quais a
caneta ou
a "birome"
é o que mais prestigio, reconhecimento e êxito lhe
proporcionou a nível mundial. Entre seus inventos se destacam:
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a
lava roupas, que produziu em 1930
-
o
câmbio automático de velocidades para automóveis", que lhe
comprou a General Motors de Berlin,
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a
aplicação prática do principio de sustentação magnética para
trens (Posteriormente implementado no Japão), o "perfume com
bolinha",
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a
"ponta para
cigarros com carvão ativado",
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a "tinta para
canetas",
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as máquinas automáticas para
a fabricação de canetas",
-
o
"refrator automático para canetas",
-
um "método para
o enriquecimento do urânio" no qual trabalhava no momento de sua
morte.
As primeiras 10 mil canetas esferográficas foram vendidas em 24 horas, apesar do elevado preço de US$ 8,50 a unidade. O seu inventor, entretanto, não teve participação nos lucros.
Biro já havia vendido sua patente por 1 milhão de dólares ao francês Barão Marcel Bich.
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Marcel Bich nasceu em 1.914, em Turim. Sua mãe, Marie Brigitte de Orlí, era
uma nobre francesa, e seu pai, Mario Bich, era um engenheiro futurista. Marcel
estudou em Madrid e Paris. Não terminou seus estudos universitários de
filosofia, por que lhe encantava criar todo tipo de artefatos, ainda
que só fossem para existissem em sua cabeça.
Aos dezenove anos já
ganhava a vida vendendo roupa intima à domicilio. Pouco depois em 1.934,
começa a trabalhar em uma empresa de artigos para oficina.
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Cinco anos
mais tarde chegaria a ser o diretor da empresa. Seu grande
espírito de superação ver-se truncado por um grande acontecimento.
Como o foi a 2ª Guerra Mundial.
Marcel Bich uma vez acabada a guerra comprou a fábrica de artigos de oficina de Jose Ladoslao Biro.
Em 1949, começou a produzir a caneta de plástico de longa duração que escrevia consistente e fiavelmente.
Os consumidores aderiram rapidamente à esferográfica de alta qualidade e baixo preço. Vender 42 milhões de unidades anualmente na Europa deveria deixá-lo
satisfeito, mas Marcel Bich só descansaria quando conquistasse os EUA. Assim, em 1959 adquiriu a Waterman Pen Company, em Seymour, Connecticut, e começou a explorar as operações americanas.
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Talvez Marcel Bich tenha se cortado ao barbear-se com uma máquina Gillette. Isso explicaria a sua determinação em competir com a linha de máquinas de barbear descartáveis, isqueiros, esferográficas e tinta
corretora. Quando a Gillette introduziu o primeiro isqueiro descartável, no início dos anos 70, a Bic desafiou-a com a memorável campanha «Flick my Bic». No final da década, a Gillette acenou a bandeira branca da rendição e retirou o Cricket do mercado.
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Na guerra das máquinas de barbear descartáveis, as armas eram a Gillette Good News e a Bic Shavers. Milhões de dólares gastos em publicidade depois, cada uma das empresas controlava cerca de metade do mercado. Em 1992, a Bic adquiriu a Wite-Out Products para competir com a Liquid Paper, da Gillette.
Marcel Bic morreu em 1994.