A
HISTÓRIA DO BANHO E DA BANHEIRA
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Varias
civilizações antigas inclusive as clássicas grega e romana,
consideravam o asseio pessoal como uma prática saudável e agradável.
A tradição foi assimilada pelo islamismo e passando o tempo tomada em
conta pelo chamado mundo Ocidental Contemporâneo.
O
feito de que povos tão distantes como os da Escandinávia, Turquia, Pérsia
e Japão incluíram o banho em seus costumes desde épocas remotas,
prova sua validade como meio de relação social.
São
as chamadas termas romanas, especialmente as de Caracala, os vestígios
materiais mais importantes chegados a atualidade para narrar a história
do banho entre os humanos, mas as estâncias públicas mais antigas,
dedicadas para este fim são as encontradas na cidade índia de
Mohenjo-Daro, com mais de 4 mil anos de existência. Outras pistas bem
anteriores se localizam nas ruínas do palácio de Cnosos, na ilha grega
de Creta, a cidade real egípcia de Tell el-Amarna, primitivos artefatos
similares a duchas pintados sobre ânforas helênicas, e o testemunho
literário de Homero quando na Ilíada fala de tinas com função de
banheiras.
Tanto
na Grécia como em Roma o banho resultava em um complicado
ritual de cuidados corporais que compreendia em exercícios físicos,
massagens com óleos especiais, imersões em águas de diferentes
temperaturas, limpeza consciente da pele, a qual finalmente se
aplicavam cremes e adereços.
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As
termas romanas mais antiga chegada ao presente são as de Pompéia,
construídas no século II a.c., mas foi no período imperial (séculos
I a V d.c.) quando alcançaram o seu esplendor, com a edificação de
grandes como as de Caracala e Diocesiano. O desenho destas instalações
era similar em todo o Império.
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Ao
redor de um pátio central (palestra) destinado ao exercício físico,
designavam o vestuário (apodyterium),
o banho de vapor (laconicum)
e as piscinas de água quente (caldarium),
morna (tepidarium) e
fria (frigidarium).
Bibliotecas, salas de leituras, ginásios, tendas e jardins
completavam aquelas instalações, cenários de intensa vida
social e política, que vinha a ser como uma missa nos templos de
asseio. Por essa razão cada imperador tratou de legar à posteridade
uma obra mais grandiosa que a de seu antecessor.
A
obscuridade cultural e a repressão do pensamento liberal não foram os
únicos atributos da Idade Média. O banho resultou em uma espécie de
heresia, segundo os preceitos da Igreja Cristã, para a qual o
importante era a limpeza da alma não a do corpo. Tal praxe teológica
gerou o mito que as termas romanas foram lugares de perversão e vício
e ainda que as cidades medievais contavam com banhos públicos, os
administradores da fé sempre os consideraram lugares de má reputação.
No
norte da Europa, onde imperam as baixas temperaturas o asseio pessoal
era considerado insano e frívolo. Os construtores da época colocaram
toda a sua atenção nos sistemas de fortificação ou de chaminés,
enquanto que as cidades careciam de água corrente e dutos, razão
pela qual a higiene era um luxo fora do alcance da maioria.
Com
a reforma Protestante do século XVI e a Contra-reforma católica
posterior se acentuou a resistência ao costume do asseio, pelo qual a
tradição quase se perdeu entre os europeus cristãos e os colonos da
própria origem na América. Entre os povos escandinavos, aos quais não
alcançou a romanização e o cristianismo tardou em impor o seu padrão
cultural, proliferou uma espécie de banho de vapor chamado sauna. Cada
lugar dispunha de uma pequena habitação de madeira com este fim, onde
toda a família se lavava. Tonificavam a pele com suaves golpes de ramos
de bétula, antes de entrar na água morna e concluir em uma imersão em
água gelada para ativar a circulação sangüínea (e testar as cordas
vocais - aiiiiiiiiiiii).
O
termo "banho turco" que transcende até o presente provém
da época bizantina, quando em Constantinopla perduraram as tradições
romanas e o ato chegou a constituir uma ocupação social que podia
prolongar-se durante um dia inteiro.
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No
Japão o asseio resulta de um costume milenar. Ainda que praticam a
limpeza de maneira íntima, logo a família compartilhava o prazer da
imersão. Além de permitir os banhos públicos, o Islã somou as razões
higiênicas e sociais outras do tipo religioso que continuaram a tradição
clássica.
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Testemunhos materiais desta maneira limpa de assumir a vida se
conservam em cidades espanholas dominadas em seu tempo pela invasão
dos Moros (séculos VIII ao XV d.c.), como Granada (a Alambra), Córdoba
(palácio de Medinat al-Zahara) e Girona.
Foi
nos séculos XVIII e XIX quando a recuperação da cultura clássica
possibilitou o ressurgimento do hábito higiênico de "tomar águas"
em fontes medicinais européias. Entraram em moda lugares como Bath, na
Inglaterra, Vichy, na França, A Toja, na Espanha, e Baden-Baden, na
Alemanha, aonde acudiam as famílias acomodadas a limpar a pele durante
várias semanas ao ano. O azote de epidemias às grandes cidades do século
XIX, como a cólera em Londres, colocou sobre o tapete a
necessidade de instalações destinadas ao asseio pessoal. O costume,
que renasceu timidamente na décima nona centúria, terminou por
impor-se em quase todo o planeta durante o século XX, período da
industrialização galopante e comunicações redutoras de distâncias.
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Tudo
mudou com as investigações de Luis Pasteur (nascido em Dôle, França
em 1822). Este cientista descobriu a existência de microorganismos
capazes de transmitir enfermidades. A partir de seus descobrimentos, a
limpeza passou a ocupar o papel principal na vida cotidiana e lavar as mãos
se tornou uma obrigação social.
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Antes
de suas investigações, os micróbios se metiam entre as feridas
causando graves infecções sem que ninguém o soubesse.
Também
os médicos do século XVIII começaram a recomendar as pessoas que se
lavasse todos os dias as mãos, o rosto e os órgãos genitais. Os
franceses idearam uma banheira com encanamento, modelo que levou
Benjamin Franklin aos Estados Unidos em 1790.
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No
entanto o banho tardou em tomar parte dos hábitos diários das
pessoas. Quando
a rainha Victoria subiu ao trono em 1837 não havia lugar para banho
algum no palácio de Buckingham, inclusive na década de 1870 eram
raras as casas que os tinham.
As
tinas de banho com torneiras para a entrada de água quente foram possíveis
na década de 1880 com a instalação de caldeiras esquentadas por fogões
das cozinhas. Nesta época começaram a fabricar banheiras em série de
cobre e ferro fundido.
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É certo que a banheira moderna deriva do dispositivo de castigo
usado nos manicômios do começo do século XIX. Quando
apareceram pela primeira vez no mercado, seus futuros usuários não
sabiam bem o que fazer ao entrar, assim foram feitos vários e
detalhados manuais de instruções que explicavam como entrar nela, como
sentar-se para , segundo diziam, "evitar una inadequada aplastada
dos genitais".
Mas
a história da banheira com jatos de água, tem sua história no ano
de 1900, quando sete irmãos da família Jacuzzi, chegam à
Califórnia provenientes da Itália. Deram grandes passos produzindo o
primeiro "monoplano" com cabina incluída; que utilizaram
tanto o serviço postal dos EUA, como os primeiros passageiros da área
da Baía de São Francisco.
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Um dos filhos sofria de artrite reumática e para relaxá-lo e aliviar
as suas dores decidiram usar uma de suas bombas para fazer-lhe
hidromassagens.
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Esta
invenção desenvolve-se nos anos 50 e pouco depois se expandiu por
todo o planeta. Até 1956, para tratar sintomas de artrite em membros
da família, os irmãos Jacuzzi produzem a bomba portátil de
hidroterapia. Instalam um comércio no lugar, e a bomba portátil
J-300, seria vendida a hospitais e escolas.
A faísca da idéia provocada pela bomba portátil, foi delegada a Roy
Jacuzzi, membro da terceira geração da família que havia começado a
aprender o negócio, ainda adolescente. Ao perceber o altíssimo
interesse dos consumidores americanos pelo cuidado e a saúde, consegue
integrar até 1968 a primeira hidromassagem integrada; incorporando os
Jets nos lados da banheira.
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Devido a constante investigação e inovação, são criadas unidades
maiores, desenhadas para acolher várias pessoas em seu interior. Somado
ao sistema de filtração para manter a água quente e limpa, é criado
o primeiro SPA em 1970. Até 1979, os integrantes da família venderam
as suas ações a Kidde York Inc.; com a exceção de
Roy, que permanece a cargo das operações da empresa.
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