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A HISTÓRIA DO BLUE JEANS

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sala da história de produtos e marcas

BLUE: Pelo nome da sarja utilizada para confeccionar as calças, oriunda da cidade de Nimes na França e por isso o nome "Bleu de Nimes" (bleu = azul em francês). 
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JEAN: Surgiu porque a primeira calça de lona marrom, se cortou por cima de uma calça usada pelos marinheiros Genoveses e em em Inglês, Gênova se pronuncia "Yinoa".
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DENIM: A palavra é um contração de "Blue de Nimes" , sarja utilizada na confecção das vestimentas,  fabricadas na cidade Francesa de Nimes e conhecida pelo nome de Bleu de Nimes desde o século XVII.
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ÍNDIGO: O azul de índigo é extraído de plantas da América e da Índia, se converteu na cor clássica para a roupa de trabalho. O índigo é uma das mais antigas tinturas do mundo. 

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sarja: O tecido sarja é formado pela trama e o urdume. A trama é tingida, por um processo que apenas tinge a superfície do fio, sendo que a tintura do Índigo não penetra no centro do mesmo. Graças a esta propriedade de tingimento, possui todas as características para ir perdendo sua cor, quanto maior a abração ou lavado seja dada ao tecido. Por isso quanto mais se lava uma calça, mais aspecto de velha apresenta (efeito washed - lavado).

Mas vamos falar um pouco de um bom comerciante. Um excelente vendedor, sempre atento as mudanças, falhas, necessidade e inovações que se apresentam nos mercados...

Loeb strauss nasceu em Buttenheim, Bavária, em 26 de fevereiro de 1829. Seu pai Hirsch casado em segundas núpcias com Rebecca Haas, era um comerciante de bens secos. (lojas de tecidos e ferramentarias). Loeb, tinha 5 irmãos por parte da mãe e mais dois por parte da Madrasta, Jacob, Jonas, Louis, Rosa e Mathilde e sua irmã mais velha Fanny. Por causa da tuberculose seu Pai sucumbe em 1845. 
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Dois anos após sua morte, Rebecca, Loeb, Fanny e Mathilde migram para Nova York onde os esperavam seus irmãos Jonas e Louis, que tinham feito a viagem meses antes e já tinham aberto uma loja de tecidos e ferramentas.
Loeb começou a aprender o oficio de comerciante tão logo chegou, auxiliado pelos seus irmãos e em 1850 foi apelidado e conhecido entre seus familiares e clientes como "Levi" (bem mais fácil e americanizado que Loeb).
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Dois anos depois, partiu para a Corrida do Ouro, na Califórnia, após que um fazendeiro achou algumas pedrinhas de ouro no pátio de sua serraria. Abriu uma loja de venda de tecidos e ferramentaria e se tornou representante dos irmãos para essa região.

Por ironia do destino, alguns rolos de tecido grosso marrom, não foram aceitos para serem usados como lona em carroças e nem para barracas, pela sua pouca permeabilidade e resistência. Identificado já com o comércio, Levi contratou um costureiro e fez dos rolos, calças de cor marrom. 

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A venda foi rápida e de retorno excelente, pelo que Levi se entusiasmou e mandou encomendar o primeiro lote de tecidos para a loja dos seus irmãos. Claro que primeiro especificou que teria que ser outro tecido, porque o primeiro tinha dado muito trabalho para ser cortado pelas tesouras, por isso encomendou Indigo Blue.

Sem dúvida que já havia outros tipos de calças em São Francisco, mas Levi soube inovar e começou a marcar diferenças entre os demais fabricantes. As alças com botões eram importantíssimas. As bolsas, porque não eram bolsos, ajudavam os mineiros a guardarem as pepitas de ouro descobertas, além de permitir-lhes guardar as ferramentas (martelos, cinzéis, etc.)

A sarja Blue de Denim, que desembarcava em fardos no porto de São Francisco vindos da França, era identificado com o "nº501" e no ano de 1873, quando da primeira calça produzida em Blue Jeans Denim Indigo, foi batizada com o modelo como "501 - Levi Strauss & Co". Era de pernas longas, um único bolso traseiro e botões para fechar os tiradores.

O Jornal "Pacific Rural" do 28 de junho de 1873 observava na edição do dia:

Não tem nada pior que ver os bolsos de um operário desgarrados e pendurados, e nenhuma outra parte das calças é mais propícia a rasgar que seus bolsos.

Levi Strauss começou a juntar as idéias e inovou mais uma vez mostrando seu faro de comerciante e inovador. Releu uma carta datada de 1872 escrita por um dos seus clientes Jacob Davis, na qual oferecia a Levi Strauss, a oportunidade de registrar uma patente.

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Era de um mecanismo de duas peças, para prender as partes mais tencionadas e forçadas das calças e macacões, produzidas em cobre, porque seu valor era barato, maneável e combinava com a cor índigo. Este mecanismo iria ser revolucionário, por dar resistência as calças, macacões e jaquetas, era o "Arrebite".

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Jacob Davis já tinha aperfeiçoada a invenção do arrebite, graças a estar confeccionando roupas em Reno, mas não patenteou o invento por não ter os U$S:80,00 para fazer andar e registrar a patente e ofereceu repartir o negócio com Levi, caso ele custeasse o valor . De imediato Jacob Davis começou a trabalhar com Levi Strauss, após terem assinado uma sociedade bem mais ampla, que apenas os arrebites. 

Confiantes da resistência e firmeza das roupas Levis Strauss & Co., foi costurada uma etiqueta de couro, com dois cavalos puxando em direções opostas as penas da calça, demonstrando a resistência destas. Daí nascia a primeira Indústria de "Blue Jeans do Mundo", distinguida com arrebites de cobre. Em 1902 foi lançado o primeiro modelo de calças com dois bolsos traseiros.

Durante os anos de 1930 os filmes de Hollywood do faroeste, elevaram ao status de mito aos autênticos cow-boys, que em geral usavam estas calças. As pessoas do Leste do país viajavam para o Oeste para passar umas férias diferentes nos ranchos, e ao regressarem, levavam consigo seus "macacões". Em 1937 as queixas dos clientes obrigaram Strauss a passar costura dupla nos bolsos traseiros para que os arremates ficassem cobertos e não arranhassem os móveis nem as montarias.

As restrições impostas ao uso de matérias primas durante a 2ª Guerra Mundial provocou uma diminuição na produção de "macacões". Se eliminaram o arremate das entre pernas e a cinta traseira para colocar tela e metal. A medida que os soldados norte-americanos se esparramavam pelo mundo e a vezes, em seus momentos livres, usavam o macacão que lhes enviavam junto com as provisões e passeavam ao estilo americano pelos países devastados pela guerra. O denim começou a associar-se menos com o trabalho e mais com o descanso. 

Em 1947 Wrangler lançava os primeiros jeans "justos ao corpo".

Em 1948 uma mulher encontra um velho jeans em uma mina de prata abandonada no deserto de Mojave, na Califórnia. O costurou, pôs alguns remendos e o usou por algum tempo. Logo escreveu a Levi Strauss, que os comprou por US$ 25 e alguns pares novos. Hoje é considerado o "blue jeans" mais antigo do mundo, fabricado por volta de 1890.
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Depois da guerra
Levi Strauss começou a vender pela primeira vez seus produtos fora do longíquo Oeste. Os novos rivais, Wrangler e Lee, começaram a competir por uma quota do mercado. Os rebeldes e os rapazes das motos, enfiados em calças de jeans apareciam em filmes e na televisão; James Dean usava denim no filme 'Rebelde sem Causa'. Alguns diretores de escolas proibiram o uso de jeans.

Em 1958 um artigo publicado em um jornal afirmava que 'mais ou menos 90% dos jovens norte americanos usavam jeans em todas os lugares menos na cama e na igreja".

Os adolescentes começaram a usar o término "jean pants" (shorts de jeans), e o nome ficou. A má reputação e também as vendas dos jeans cresceu todavia mais, quando os estudantes os usaram durante os protestos dos anos 60 e no festival Musical de Wood-stock em 1969. 
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Em 1964 um par de jeans Levi's passou a formar parte das coleções permanentes da
Smithsonian Institution em Washington D.C.. Em 1969 American Fabrics declarava: 

O que tem passado com o denim na última década é realmente uma cápsula do que tem passado com os EUA. 

Ascendeu a escada do gosto. O denim bordado, pintado, com lantejoulas e "psicodélico" saiu a passear pelas ruas das cidades. Nos anos 70 os jeans representavam a igualdade de classes, o levavam os hippies, os homens e as mulheres por igual. Também eram usados por negros e brancos, ricos e pobres, crianças e adultos.

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Os fabricantes americanos de jeans, diziam receber cartas de pedidos desde o outro lado da "Cortina de Ferro". Os jeans haviam se convertido em símbolo da cultura ocidental e em uma arma durante a Guerra Fria. 

Com a liberalização do comércio mundial a partir da segunda metade da década dos anos 70, proliferaram no hemisfério Sul as fábricas exportadoras, que geralmente usavam o trabalho feminino e que começaram a re-implantar as fábricas do Norte. Apareceram então muitas marcas.

As velhas marcas se perderam nessa nova moda, como os jeans baggy e optaram por apelar a nostalgia. Novamente aumentaram as vendas, desta vez de vaqueiros não tradicionais. Mas durante a recessão mundial nos princípios dos anos 90 o império dos jeans parou de expandir-se quando seus súditos manifestaram desejos de mudança.

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