•
Testes via Internet:
a pesquisa foi
realizada através da Internet. Um total de 14.341 pessoas
participaram na pesquisa através de uma página web para
adolescentes, na realidade um mercado artificial de música, aos
quais se pediu que escutassem canções e que depois pontuassem os
temas escutados entre 1 e 5. A seguir os participantes podiam baixar
os arquivos com as canções. Os pesquisadores ofereciam uma seleção
de 48 canções que não eram famosas, tiradas de outra página, um
espaço on-line no qual os grupos podem criar suas próprias páginas
para pendurar nelas suas canções para o que queiram baixar
(Artigo:
Quem decide... é o
preço, a qualidade ou a marca?).
.
•
O estudo foi realizado duas
vezes: o
resultado de ambos foi que os jovens se dividiram em grupos no que
se refere a sua seleção: ao redor de 1.400 elegeram grupos
independentes, e se formaram outros oito grupos, de umas 700 pessoas
cada um, que elegeram grupos com maior repercussão social. Os 1.400
participantes partidários de grupos independentes elegeram por si
mesmos, sem conhecer as que outros escolhiam, mas o resto pôde ver
as escolhas que faziam os demais. Estes últimos baixavam as canções
que outros já tinham baixado. Os participantes não se incomodavam em
ouvir as 48 canções da seleção, senão que só escutavam algumas delas
(Artigo:
de clientes a
compradores compulsivos).
.
Algumas canções
resultaram mais populares do que outras, mas os grupos nem sempre
escolhiam os mesmos temas. Assim mesmo, as canções mais escolhidas
por todos os grupos de participantes, variavam de posição nas listas
de popularidade dependendo de cada grupo dos entrevistados. Segundo
os pesquisadores, este estudo demonstra que a influência social é o
fator mais determinante para nossa forma de atuar. As canções
refletem que o popular ou o impopular se produz pela influência
entre os indivíduos. Certamente, a qualidade das canções influi: se
são boas têm mais possibilidades de ser populares, se são más as
possibilidades se reduzem. Mas as escolhas dos demais é o que mais
afeta às decisões individuais.
.
•
Objetivo: os
pensamentos do consumidor:
o estudo publicado
pela revista Science constitui um episódio mais dos esforços de
sociólogos, economistas e publicitários para compreender os
mecanismos do mercado, particularmente os relacionados com as
atitudes e pensamentos do consumidor. As profundas mudanças operados
na estrutura da sociedade durante as últimas décadas provocaram uma
verdadeira revolução nos padrões de consumo, obrigando às empresas a
desenhar estratégias para compreender ao consumidor. Além da
Internet, outras tecnologias recentes se aplicam a estas estratégias
para aprofundar no conhecimento do consumidor. A ressonância
magnética (ou FMRI) e a tomografia por emissão de positrones (PET),
que permitem observar ao cérebro quando toma uma decisão,
empregam-se desde 2001 como estratégias de marketing
(Artigo:
Churrasco ou Salada?
Uma viagem na mente dos clientes).
.
A psicologia moderna,
através dos trabalhos de Daniel Kahneman, demonstrou ademais do que
as decisões das pessoas (ou dos consumidores) variam por motivos não
estritamente racionais, pelo que na teoria se podem influenciar para
que uma pessoa prefira um produto em vez de outro. A ciência da
neuroeconomia (e o neuromarketing), produto desta evolução
científica, pretendem resolver esta equação: se existem milhares de
marcas diferentes e nosso cérebro só recorda umas duzentas, a
questão é como posicionar-se no cérebro do comprador como uma das
marcas que se recordam
(Artigo:
A marca que atinge a mente produz uma reação).
A investigação
sobre as canções que acaba de divulgar Science se adiciona a
estes trabalhos contribuindo uma novidade: a influência social
desempenha um papel na decisão do consumidor que pode ser tão
importante como os mecanismos neuronais que regulam a tomada de
decisão frente a um produto..
Prof. Matthew J. Salganik,
Prof. Peter Sheridan Dodds, Prof. Duncan J. Watts
Experimental Study of
Inequality and Unpredictability in an Artificial Cultural Market
Artigo traduzido e
publicado pelo Jornal SDR
.
.
artigo recomendado:
.
Psicologia em vendas:
Estratégias avançadas