Crianças
com ânsias de consumo
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sala das idéias de
marketing -
sala dos artigos de
marketing
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Enquanto
que a falta de educação financeira entre os jovens dos EUA segue sendo
um grande problema, o consumismo entre eles está começando cada vez a
uma idade mais temporã, pelo que, criar-lhes o hábito da poupança é um
desafio, segundo especialistas. A lista de serviços e artigos
“imprescindíveis” entre as crianças e jovens é cada vez mais extensa e
cara: não só comida, alojamento e educação, senão também celulares (com
plano de telefonemas incluso), i-pods, videogames, pranchas de surf e um
longo etc.
Os exemplos se
multiplicam: desde cartões de débito como Hello Kitty, e outras
formas de dinheiro de plástico dirigidas aos menores, até aparelhos
como o novo celular que a Disney oferece dirigido a crianças de
entre 8 e 12 anos, ou que comercializa a companhia de Illinois
Firefly Mobil, que conta com mais de 100 mil usuários com idade
inferior a 12 anos.
Algumas organizações de
consumidores consideram este bombardeio um autêntico treinamento
consumista:
7 de cada 10 menores
recebem uma mesada semanal ou periódica.
Estas mesadas
constituem em torno de 45% dos rendimentos das crianças e jovens.
metade da população
dos eua dentre 6 e 17 anos tem seu próprio televisor em seu
dormitório.
as crianças economizam
em média 1/3 de seus rendimentos para comprar brinquedos e artigos
de seu interesse.
26% das crianças
dentre 10 e 11 anos tinham telefones celulares em 2005, percentagem
similar ao que tinham os pré-adolescentes entre 12 e 14 anos em
2002.
Especialistas em finanças
recomendam aos pais pôr limites e serem criativos para ensina-los a
poupar. Seok Jo, planejador financeiro certificado da companhia
Loring Ward Capital Management,
considera que uma boa alternativa para os pais ante o afã de consumismo
de seus filhos é passar-lhes a bola, obrigando-os a tomar decisões. Por
exemplo, indica Jo, uma maneira de dar-lhes opções é dizer-lhes que só
vão receber presentes por determinado valor em seu aniversário e que
sejam eles quem decidam o que querem que lhes compre sem passar desse
orçamento.
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Também, segundo os
especialistas, uma boa forma de ensinar-lhes o valor do dinheiro é
atribuir-lhes uma pequena quantidade e motivá-los a que poupem uma parte
desta. O incentivo pode ser similar ao que utilizam as empresas com seus
funcionários ao complementar sua economia, como ocorre com os planos
401 (k):
por cada dólar poupado a companhia põe também certa quantidade na mesma
conta.
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Outra forma é favorecer
com uma contribuição complementar maior a compra de um computador ou um
programa educativo que lhes ajude na escola, e não incentivar a compra
de uns sapatos de marca que não precisem, comunicando-lhes que para esse
tipo de luxos devem eles mesmos poupar a quantidade completa.
Dough Taylor, contador
público certificado de
Taylor Wealth Management,
indica que é importante fazer que as crianças e jovens repensem sua
decisão porque é comum que os artigos que para eles num dia são de
vida ou morte, não lhes interessem em absoluto umas semanas depois.
Sarah Roberts, diretora de
comunicações da organização
New American Dream,
indica que é necessário que os pais estabeleçam limites tanto por razões
orçamentárias como educacionais. Roberts assinala que uma das melhores
maneiras é pregar com o exemplo, de forma que as crianças não cresçam
numa família obcecada com a moda, as marcas e o consumo excessivo ou
conspícuo.
Um bom exercício
financeiro que se pode inculcar aos filhos desde os 6 ou 7 anos de
idade é traduzir o dinheiro em tempo, verificando quantas semanas ou
meses levam poupar para o que tanto querem. Outros exercícios vão
mais além. Adela Ríos, conselheira financeira de
Merrill Lynch,
propõe que desde essa idade os pais podem começar a comprar para
seus filhos uma ou duas ações de uma companhia que lhes resulte
familiar.
Esses investimentos
mínimos são um excelente meio de fazer que as crianças sigam as altas e
baixas da Bolsa e entendam conceitos básicos de finanças, explica Ríos. Inclusive,
os pais que não estejam familiarizados com o Mercado de Valores não
devem perder a oportunidade de abrir contas de poupança, de
investimentos e, se podem, planos de poupança para a universidade;
também devem deixar que os pequenos supervisionem sua gestão e aprendam
conceitos básicos como os juros.
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Yolanda Areais
consultora e repórter
About.com e Nova York |