•
Repensar o gênero:
muitos
produtos do mercado nasceram num contexto que os vincula ao sexo
masculino, e ainda que poderiam ser usados por qualquer mulher,
implícita ou explicitamente emitem mensagens que as fazem sentir
ignoradas. No entanto, as marcas se deram conta de que algo mudou no
mercado e um celular rosa ou uma máquina de barbear da mesma cor são
sinais suficientes como para entender que os produtos começaram a
olhar a mulher de perto
(artigo:
Os
homens compram, as mulheres vão de compras).
.
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Aceitar a mudança:
os carros e os
vinhos são os segmentos que mais rapidamente advertiram a
necessidade de contemplar ao target feminino em suas estratégias.
Assim se promoveu a categoria de vinhos espumantes, que desde um
princípio utilizou uma mensagem onde a mulher se sente claramente
inclusa; enquanto a indústria automotriz entendeu que o segmento não
elege unicamente a cor do veículo, senão que em muitos casos é até
quem decide a compra
(artigo:
Os clientes cool não querem misturar-se com a
plebe).
No segmento de
bebidas a evolução chegou a tal ponto que as bodegas consideram
que não só cada vez mais mulheres se interessam pelo vinho,
senão que se arriscam a provar sabores diferentes e marcas não
tradicionais, sabem escolher o vinho exato para cada comida e
tratam de informar-se se não o sabem.
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O poder da cor:
escolher a cor
rosa para a nova estratégia de produto é uma garantia de que o
segmento entenderá rapidamente que estão lhe falando. Assim é como
Gillette, uma marca que tradicionalmente se relaciona ao mercado
masculino, lançou uma nova máquina de barbear dirigida às mulheres,
de cor rosa e com um formato onde as curvas dominam o desenho
(artigo:
PRODUZINDO O QUE OS
CLIENTES DESEJAM).
Com uma intensa
campanha de imprensa, folhetos e promoções que percorreram as
praias, a marca apontou a captar a uma nova mulher que vive
apressada e contra o relógio, a quem lhe pode resultar bem mais
prática uma máquina de barbear que até a pode levar na carteira.
•
As curvas mandam:
a indústria
automotriz começou a romper o machismo e a mulher já não é ignorada
nas mensagens senão que até é elevada em conta no desenho. A última
novidade passa pela criação de um cinto de segurança que se adapta
ao corpo feminino. O cinto tradicional foi criado pensando na
morfologia masculina e não se adapta bem ao torso das mulheres,
oprimindo os peitos e causando moléstias. A idéia surgiu da
seguradora britânica
Sheilas' Wheels, especializada em
apólices de veículos novos para a mulher. Sheilas' Wheels foi em
procura de soluções a
Mira, um centro de investigação
independente que trabalha habitualmente com o setor do automóvel, e
obteve o S-Clipe, um dispositivo que altera a trajetória da banda
superior do cinto, que permite que esta se apóie no tórax, sem
empurrar o peito. A empresa tinha conhecimento mediante pesquisas
que:
•
92% das mulheres
evita colocar cinto ou o coloca de forma errada:
•
14% das mulheres
reconhece que não o coloca enquanto dirige
•
23% se coloca o
cinto de retenção sob o braço para evitar o incômodo
•
55% evita
tencionar o cinto de retenção.
•
Ao volante:
para satisfazer todas
as necessidades e pensando na mulher independente e de sucesso de
hoje, a empresa sueca Volvo encarregou
a um grupo de 100 mulheres desenhar o carro ideal para o target
feminino. O protótipo debutou no Auto Show de Genebra e era
prateado, com linhas desportivas, 225 cavalos de força e muito
espaço para guardar coisas. Era fácil para estacionar e requeria
pouca manutenção
(artigo:
Crowdsourcing:
rompendo os dogmas da inovação corporativa).
.
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A mudança por dentro:
a iniciativa da
Volvo é uma chave importante nas companhias que olham o target tanto
desde seus produtos como desde sua organização interna. Um caso
concreto se dá em IBM, uma empresa onde a tecnologia e os produtos
lhe dão uma imagem de pertencer ao mundo masculino, mas que começou
na última década e seguindo os passos que se marcaram desde sua
fundação, a dar um lugar privilegiado à mulher. Segundo Gisel Saia,
gerente de Comunicações e Recursos Humanos para a região, a nível
global:
30% dos
funcionários são mulheres, delas 25% das que são profissionais
ocupam posição de management, das quais uns 20% ocupam posição
executiva, e desse grupo de executivas 65% são mães de filhas.
A análise permite
entender como o mercado tem que se reorganizar pensando numa mulher
com mais poder econômico, que se relaciona com o mercado de negócios
e que decide a compra de produtos que fazem parte tanto do consumo
em massa como dos bens de luxo
(artigo:
Posicionamento é
Sacrifício).
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