•
Porque a empresa sempre tem
associada a incerteza e o risco?:
há uma resposta muito
direta a esta pergunta: porque desenvolver uma empresa se baseia
fundamentalmente no trato com pessoas... e as pessoas são
imprevisíveis. O tópico de que as empresas são suas pessoas é uma
afirmação que tem profundas conseqüências. Quando vamos negociar com
o banco para que nos dê uma carta de crédito, na realidade estamos
falando com o diretor da agência, que é uma pessoa com nome e
sobrenomes, com seus critérios e preconceitos.
E o sucesso da
operação dependerá de que saibamos transmitir (pessoa a pessoa)
a confiança suficiente sobre nosso projeto empresarial e nossa
capacidade para levá-lo a termo.
Igualmente, quando
vamos visitar a um cliente para oferecer-lhe um produto ou serviço,
somente se o venderemos, se conseguirmos que ele, como pessoa,
confie em nós. Também nossos fornecedores têm de ter esta mesma
confiança para permitir que lhes paguemos um par de meses depois de
que nos tenham servido.
Da mesma maneira,
temos de guiar e motivar às pessoas que trabalham conosco para que o
façam de forma ótima e evidentemente, nisto conta muito o trato
pessoal.
.
Neste sentido, uma
atividade humana que se baseia sobretudo em trabalhar com os
valores, as sensibilidades e as necessidades das pessoas, não é uma
ciência exata, nem uma técnica. Parece-se muito mais a uma Arte. E
por tanto, os empresários teriam que desenvolver capacidades
parecidas à dos artistas.
Se nas ciências
exatas o importante é desenvolver a metodologia e a técnica, o Que
é importante desenvolver na Arte? O importante na Arte é a
Sensibilidade. Agora, como se desenvolve esta Sensibilidade para os
negócios?
.
Vejamos as capacidades
que precisa todo artista do mundo da empresa. As capacidades
necessárias numa pessoa para estar a frente de uma empresa, são
iguais às dos artistas da pintura ou da música e são de 3 tipos:
Na realidade com esta classificação das capacidades de uma pessoa em
Conhecimentos, Habilidades e Atitudes estamos definindo à pessoa em
si mesma, não importa
a que se dedique. Em função de que Conhecimentos possua uma pessoa,
de que Habilidades tenha desenvolvido em sua vida, ou que Atitudes
mostre em seu comportamento, estaremos adiante de um indivíduo ou de
outro completamente diferente.
.
O desenvolvimento
destas capacidades nos modela como pessoas e portanto, como
empresários. Mas cada uma destas categorias (Conhecimentos,
Habilidades e Atitudes) tem efeitos diferentes. O impacto que têm na
pessoa é proporcional ao esforço que nos custa adquiri-las...
•
Por conseguinte,
os conhecimentos são os mais fáceis de adquirir, e também os
mais fáceis de esquecer, pertencem ao "mundo" da Teoria e o
impacto na melhora da pessoa é pequeno.
•
As Habilidades são
mais difíceis de conseguir, requerem praticá-las até que as
dominamos; no entanto nos acompanham durante toda a vida, estão
no âmbito da Experiência (por exemplo, aprender a conduzir ou
andar de bicicleta).
•
Mas as mais
difíceis de conseguir são as Atitudes, que não se aprendem de
cor ou pela prática; devem adquirir-se com o exemplo ou imitação
de pessoas às que admiramos ou cujo modelo desejamos seguir.
•
As Atitudes são as
que definem mais profundamente a uma pessoa, já que determinam o
que se quer realmente fazer; estão diretamente relacionadas com
nossos Valores.
•
Mas a questão inicial
era Por que o fracasso é o segredo para futuros sucessos?:
efetivamente para triunfar na aventura empresarial, a pessoa deve
desenvolver as capacidades que lhe faltam para chegar a ter sucesso.
De todas elas, as mais importantes serão as que tenham do que ver
com as Habilidades e sobretudo com as Atitudes. Para adquiri-las se
precisa experiência e ter-se visto inúmeras situações com diferentes
pessoas. Só desde a experiência poderemos solucionar com sucesso os
problemas que nos vão propondo. Por isso, ao princípio, é freqüente
que nos equivoquemos e se produzirão fracassos; mas devem ser
precisamente estes os que agem como motor de nosso processo de
aprendizagem.
.
Em definitivo, na
empresa, o único método válido para progredir é o de prova e erro; a
base de ir retificando sobre os erros cometidos é como vamos
avançando e acertando em nosso caminho. Este mecanismo de
aprendizagem, baseado na prova e erro, reflete se somos conscientes
ou não de dominar uma capacidade, e por outro, se somos competentes
(dominamos)
ou não certa capacidade.
Um exemplo: uma
pessoa que aprende a negociar, é provável que a primeira vez que
tente fazer um acordo com um fornecedor esteja cega, não seja
consciente de que não sabe negociar. Quando, depois de fechar o
trato, medite-o repousadamente em seu escritório e se dê conta
do pouco vantajoso que lhe resultou o acordo, e do muito que o
foi para seu fornecedor, passará ao estado de ignorante, ao
dar-se conta de sua incompetência para negociar.
.
Imediatamente
colocará mãos à obra como aprendiz, e tentará melhorar com a
prática sua habilidade para negociar. Neste processo, se
esforçará em cada trato para fazê-lo melhor, e fechará acordos
ruins, regulares e menos ruins. Com o tempo, acabará dominando a
habilidade para negociar e o fará inconscientemente (como o
motorista experiente de um carro ao mudar de marcha). Terá
chegado ao estágio de sábio e a habilidade para negociar lhe
acompanhará toda a vida.
Em todo o processo que
vai desde o cego ao sábio, unicamente os erros e os fracassos são os
que nos fazem tomar consciência de nossas carências e que nos ajudam
a desenvolver as capacidades que precisamos. Por isso, os fracassos
são a ante-sala de futuros sucessos. Em nossa cultura, com
freqüência se consideram que os fracassos são estigmas que marcam as
pessoas como fracassadas (sinônimo de inúteis).
.
É uma visão muito
diferente à de outras culturas nas quais as pessoas que por exemplo,
apresentam-se a uma entrevista de trabalho, com algum fracasso em
seu currículo se consideram candidatos muito valiosos, já que
viveram um processo de aprendizagem que pode ser extremamente útil e
que contam com capacidades que não teriam podido adquirir de outra
forma.
Em países de
primeiro mundo como nos EUA e Europa por exemplo, quando um
empreendedor vai pedir dinheiro a um investidor, o investidor
costuma perguntar-lhe quantas vezes fracassou anteriormente, e
contrariamente ao que parece lógico em nossa cultura, confia
mais num empreendedor que tenha fracassado já em várias
ocasiões.
Como conclusão podemos
dizer que Prova e Erro é o motor da aprendizagem humana. A tomada de
decisões empresarial sempre vem acompanhada de uma percentagem de
falhas; que se trata é de minimizar esta percentagem. 80% das
pessoas que tiveram um fracasso empresarial e embarcam em outra
experiência triunfam.
José Manuel Peláez
Esquerdo
Diretor de CReara
Artigo traduzido e
publicado pelo Jornal SDR
.
Fundação San Telmo iniciada em 1998, Creara promove o
desenvolvimento e lançamento de empresas inovadoras com alto
potencial de crescimento. Desde 1999, promoveu a criação de: 120
empresas inovadoras, 20 milhões de euros de investimento privados,
500 postos de trabalho de qualidade, sendo reconhecida por
experientes de Europa e eua como motor de criação de empresas
inovadoras. A missão de Creara é: Inspirar, Criar e Potenciar as
empresas do futuro. nasce dentro da Fundação San Telmo, una
instituição privada sem fins de lucro, com o objetivo de potenciar
de forma desinteressada e idealista o desenvolvimento econômico e
tecnológico em Espanha.