•
Por que esta obra?:
o Padrinho é, em palavras de seu diretor, Francis Ford Coppola, uma
metáfora sobre o capitalismo na América e sobre as questões do poder
e a sucessão. Marlon Brando declarou que não é em absoluto uma
película sobre a Máfia. É uma película sobre a inteligência
corporativa. Em certo modo, a Máfia é o melhor exemplo do
capitalismo que temos. O principal trabalho de um diretor é tomar
decisões, e assegurar-se de que suas decisões se convertam em fatos.
Em definitivo, resolver problemas. Um diretor é uma pessoa, e uma
empresa é um grupo de pessoas. Há pessoas que têm objetivos claros
em sua vida e outras que não
(Artigo:
Líderes não criticam,
corrigem).
.
As primeiras se valem das segundas para conseguir o que desejam. Dom
Vito Corleone tem claro o que deseja. Nega-se a aceitar os ditados
da sociedade americana de princípios do século XX, porque sua
condição de imigrante pobre lhe impede chegar a ser um dos poderosos
pela via legal. Então, cria suas próprias leis e seu próprio código
de valores. Empresários do mundo real também criaram indústrias
novas desde zero em base a seus valores e sua visão.
A produção em
massa de Ford mudou a sociedade e o mundo para sempre com o lema
de que: "quero que cada um de meus funcionários possa comprar um
de meus carros".
Os valores de Ford se
converteram em valores de toda a sociedade e se expandiram pelo
mundo. Dom Vito dirige uma empresa Familiar com várias linhas de
negócio, que opera num oligopólio. Umas poucas empresas se repartem
o mercado geograficamente, de modo similar a muitas estruturas de
mercado de empresas de serviços públicos. Em sua área de influência
gerem seus funcionários e linhas de negócio, com importantes
margens: a maior risco, maior rentabilidade (e os negócios ilegais
são muito arriscados)
(Artigo:
VOCÊ SABE ONDE SUA
EMPRESA É LUCRATIVA?).
.
A situação é estável e Dom Vito se converte num manager respeitado
empresarial e socialmente. Imigrante e homem de ação, começa jovem
seu negócio com dois sócios, levando a cabo operações pessoalmente,
e aproveita um entorno em crescimento para torna-se um rico
empresário, mostrando una importante capacidade de análise
estratégica do meio.
.
Familiar e entranhável, mantém a seus sócios de toda a vida com ele,
demonstrando lealdade. Dom Vito é reconhecido e respeitado em Little
Italy como um benfeitor da comunidade, um homem de honra. Atesoura
uma rede de contatos políticos e sociais de grande valor, criada
mediante o mecenato e o dinheiro. No entanto, o palco competitivo
muda radicalmente em 1947
(Artigo:
CONHEÇA A SUA
CONCORRÊNCIA).
O negócio começa a
estancar-se porque a única alternativa é "roubar quota de
mercado" à concorrência (com os riscos que implica).
Neste contexto,
aparece um novo jogador que começa a oferecer drogas, um novo
produto de alta margem e grande potencial, que poderia supor um
crescimento sem problemas de quota de mercado. Mas Dom Vito não
deseja entrar no negócio porque lhe aparta de sua estratégia de
converter-se, no futuro, em um dos poderosos no mundo legal. Isto
implica algo parecido a uma guerra de preços onde todos saem
perdendo
(Artigo:
Uma guerra de preços acaba com muitas cruzes!).
.
O poder do fundador e
CEO de os Corleone, Dom Vito, fica debilitado e traspassa o poder a
seu filho menor.
Em sua despedida, Vito
lhe transmite com toda crueza sua visão sobre o mundo e a missão que
tinha em sua vida para com a família. Fê-lo para que ele continue
sua obra: Enfrentar-se à sociedade enquanto tenta que sua família
volte a ela numa posição de privilégio. Assim, Michael fica à frente
de os negócios da família.
•
Qual é seu
estilo de direção?
•
Como enfrenta
os novos desafios estratégicos?
Dr. Guillermo de
Haro
.
Professor Associado do
IE - Business School