1999

Sistema de Representação Comercial para Representantes Comerciais

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SDR - Sistema de representação, Vendas e Serviços

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Como negociar com um louco?

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sala dos artigos de negociação

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Por que este funcionário recusa o alto salário que lhe ofereço sem uma alternativa melhor?, pergunta-se o chefe..., Ficou louco? Quando negociamos, muitas vezes cremos que a outra parte age irracionalmente. Ou somos nós os irracionais?... Olhe, você é um profissional fundamental nesta empresa, disse o chefe, decidi premiá-lo com um aumento de 300%. A partir do mês que vem, você ganhará o dobro que seus colegas.

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Não, obrigado, respondeu o funcionário, amanhã terá minha demissão sobre sua mesa. O chefe ficou gelado ante a recusa! Efetivamente, bem sabia que aquele funcionário nunca conseguiria uma melhor alternativa. A proposta superava amplamente os salários de mercado para aquele cargo. Talvez tinha ficado louco? (Artigo: Mecanismos de defesa nas negociações: como evitá-los).
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Na hora de negociar, é freqüente enfrentar pessoas que parecem cometer grosseiros erros estratégicos ou que tomam decisões que parecem contrárias a seus próprios interesses. Assim, costumamos abandonar a mesa convencidos de ter estado conversando com um ser irracional. No entanto, adverte um artigo da HBS - Harvard Business School, melhor ter cuidado antes de julgar a sensatez de um negociador, ou a pressa pode ser uma via para maus acordos. Portanto, antes de convencer-se de estar tratando com um lunático, melhor faça-se uma série de perguntas:

É irracional ou está mal informado?: um representante comercial recentemente demitido reclamava a uma empresa 340 mil reais em comissões não liquidadas. Os executivos, por sua vez, alegavam não só que não lhe deviam um centavo, senão que, por um erro contável, até lhe tinham pago 80 mil reais a mais. Mas os executivos não queriam seguir dilatando a situação (Artigo: Evitando os adiamentos nas negociações).

Um bom dia, enviaram ao representante comercial a seguinte mensagem: aqui tem um resumo contável de suas vendas desde que ingressou à empresa e as comissões liquidadas. Aqui figura claramente que lhe pagamos 80 mil reais a mais. Se nos demanda, esta prova será suficiente para que você perca o juízo e arque com as custas do processo. Mas se retira a demanda, nós lhe perdoaremos os 80 mil reais que nos deve.

O representante comercial se negou a retirar a demanda. Os executivos se perguntaram se estavam lidando com um autêntico demente. Por que insistir com um juízo que perderia? Por que não aceitava o acordo com o perdão dos 80 mil reais? Agora bem, advertem os pesquisadores de Harvard, de outra perspectiva, o comportamento do representante comercial era perfeitamente razoável. Na realidade, ele desconfiava das informações que lhe apresentava a empresa. Uma vez descoberto o curto-circuito na informação, o conflito se resolveu com assombrosa simplicidade. A empresa contratou um auditor externo para que certificasse a veracidade da informação. Assim, uma vez convencido de que perderia o juízo, o representante comercial retirou a demanda (Artigo: Em negociação, o mais importante, as vezes não se vê...).

Moral: antes de chamar de "irracional" a uma pessoa, pergunte-se o que realmente sabe e tente gerar confiança. Em muitos casos, as pessoas se negam a aceitar acordos que parecem beneficiá-las porque carecem de informação.

É irracional ou tem restrições ocultas?: em muitos casos, desconhecer as restrições que enfrenta uma pessoa é suficiente para chamá-la de irracional. Imagine que você é um funcionário estrela que recebeu uma suculenta oferta de um competidor. Você propõe a situação a seu chefe. Mas, assombrosamente, este não faz nada para retê-lo. Ficou louco? Você sabe perfeitamente que o substituir custará à empresa muitíssimo mais do que o que você está pedindo para ficar. Por que não lhe dão o aumento? De fato, se dependesse exclusivamente de seu chefe, ele lhe pagaria o triplo que a concorrência. No entanto, a companhia tem uma estrita política de aumentos, destinada a manter a equidade no esquema de compensações.

Moral: um comportamento aparentemente irracional pode ser uma manifestação de certas restrições ocultas. Portanto, antes de crer que você está negociando com um louco, tente averiguar quais são estas restrições e ajude-o a superá-las (Artigo: NEGOCIAÇÃO COMERCIAL: UM PASSO ALÉM DA VENDA).

É irracional ou tem interesses ocultos?: regressemos ao exemplo inicial deste artigo. Por que um funcionário recusaria um aumento do 300% sem uma alternativa melhor... Se trata de um verdadeiro lunático? Em realidade, a decisão não parece tão irracional se consideramos que o trabalhador estava submetido a enormes doses de estresse. Em última instância, preferia sacrificar rendimentos em troca de uma vida mais relaxada num cargo de menor responsabilidade. Em definitivo, advertem os pesquisadores de Harvard, um dos grandes pecados do negociador consiste em julgar a conduta do outro sem suficiente informação (Artigo: As 3 variáveis fundamentais na negociação).

Quando você não conhece as informações que maneja a outra parte, suas restrições ou verdadeiros interesses, possivelmente encontrará loucura em atos marcados pela mais fria racionalidade.

HBS - Harvard Business School

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HBS - Harvard Business School, é a escola de pós-graduação em administração de empresas, da Univ. de Harvard, de Boston - EUA. É uma das mais bem conceituadas escolas de negócios a nível mundial. Entre seus ex-alunos  estão o do ex-presidente dos EUA George W. Bush, entre outros como Mitt Romney e Michael Bloomberg, Sheryl Sandberg, CFO do Facebook. Nos principais rankings de MBAs, como o da revista Financial Times, a HBS é líder absoluta.

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Outros excelentes artigos traduzidos e publicados pelo Jornal SDR, da HBS - Harvard Business School:

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