Pedidos
individualizados: a gestão de estoques mais eficaz
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sala de artigos de
representação
Poucas horas depois da
morte de Elvis Presley em 1977, seus fãs correram às lojas de discos
e esvaziaram as prateleiras. Um comerciante viu como desaparecia
todo seu estoque de discos do "Rei" em apenas algumas poucas horas.
O pior é que ele sabia que não ia receber novas entregas por muitos
dias... O grande dilema dos lojistas era quantos discos novos pedir.
Os experts do setor calculavam que a febre causada pela morte do
Elvis, poderia traduzir-se em vendas de mais de 100 milhões de
discos adicionais, quem não tive-se eles para venda, deixaria os fãs
totalmente frustrados.
A gestão de inventários
melhorou muito nos últimos 30 anos, mas "ter estoque ou não", sobretudo
em casos como o do exemplo das lojas de discos, segue sendo a grande
questão. Seria perfeito poder planificar sempre de forma antecipada e
saber exatamente a quantidade de produto que quererão os clientes e
quanto tempo se demorará em repor o estoque. Mas os pedidos urgentes já
não vêm de uma fábrica próxima, como ocorria em tempos de Elvis, senão
de lugares longínquos, inclusive de outros continentes, o que faz ainda
mais difícil para os encarregados dos armazéns, calcular as
complexidades dos custos de inventário frente às penalizações por atraso
na entrega, quanto mais para os vendedores que assessoram os compradores
das redes de varejo e dos próprios varejistas
(artigo:
quando os VENDEDORES se convertem em assessores).
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Em seu documento de
investigação: "Políticas de inventário míopes", Víctor Martínez de
Albéniz e Alejandro Lago, ambos professores de direção de operações e
tecnologia do
IESE BUSINESS SCHOOL,
tratam de sincronizar os pedidos de reposição analisando todos e cada um
dos movimentos dos clientes. Baseando-se em seus cálculos, os autores
afirmam que pode ser melhor não planificar a prazo quando se faz um
pedido: as vezes planificar para hoje ou manhã (cliente a cliente, venda
a venda) pode ser a estratégia de abastecimento mais inteligente
(artigo:
Sistema LEAN: Produção,
Venda e Entrega).
•
O modelo:
os
autores tomam como modelo um caso habitual... Uma empresa distribui
a seus clientes um único produto, que a sua vez se o fornece um
fornecedor externo localizado longe de seu negócio. O prazo de
entrega que transcorre desde que se detecta a necessidade de uma
reposição até sua chegada à loja, é fixo e o inventário se gere
mediante um sistema regular de revisão periódica e pedidos. A
empresa comprova o nível do inventário e negocia uma ordem de compra
com o representante que o atende, que a sua vez emite um pedido e
envia para a Representada, a qual entrega o produto num prazo de
tempo determinado. Serve-se aos clientes se há estoque. Se não, têm
que esperar e se lhes entrega depois, por ordem de chegada, quando
se recebe o novo pedido
(artigo:
a re-negociação de
preços com os compradores).
Ao final, a
empresa acaba pagando uma quantidade por cada unidade mantida em
estoque e uma penalização por cada unidade atrasada. Mas também
acabará dispondo da informação necessária sobre custos, preços e
demanda passadas e presentes.
•
Política de probabilidade
básica:
a política de otimização de reposições, costuma ser uma política de
estoque básico, isto é, existe um nível de estoque ótimo, pelo que
deveria igualar-se o nível de inventário a esse objetivo, ou não
fazer nada se o nível atual está acima desse objetivo. Esta política
costuma dar resultado em situações simples, nas que o tempo de
entrega e os custos são fixos. Em cambio, quando os custos e os
preços variam, não existem muitas fórmulas para calcular o nível de
estoque básico, assim que se tem recorrer a uma simulação ou
otimização numérica
(artigo:
desinteligências e desastres nos estoques).
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Dado que este enfoque
"pode acusar a maldição da dimensionalidade", os professores do IESE
partem de outros métodos que evitam esse problema num contexto de
nível único; demanda, custos e preços incertos, e tempo de entrega
fixo: nos concentramos em operacionalizar as políticas de pedidos,
proporcionando, sob determinadas circunstâncias, fórmulas de forma
fechada para determinar se há que fazer um pedido ou não. No marco
do enfoque de decomposição de uma só unidade, os autores explicam as
circunstâncias sob as quais a denominada política míope é ótima:
Nossa condição
sobre o processo de demanda é mais geral do que costuma
pensar-se. Por exemplo, alguns acadêmicos põem como requisito
que a demanda seja estocásticamente crescente, enquanto nós só
exigimos que a probabilidade da chegada de um cliente
determinado aumente com o tempo.
Para decidir se fazer
um pedido ou não, os autores recomendam um tipo de regra de
reposição chamada
política de probabilidade
básica.
Isto quer dizer que só se faz um pedido a um cliente determinado se
a probabilidade de sua chegada dentro do prazo de entrega é superior
a um umbral fixado pelos processos de custos e preços. Ainda que
esta teoria equivale teoricamente a um nível de estoque básico
ótimo, conceitualmente permite que a decisão de reposição se tome
individualmente para cada um dos clientes
(artigo:
Como re-negociar um
pedido ou um contrato).
Em definitiva, à
hora de repor um produto, as políticas míopes podem ser ótimas
sob determinadas condições. Adicionam os autores que estes
resultados se podem aplicar diretamente aos pedidos por lotes.
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Prof. Cosimo Chiesa de
Negri
Autor do livro: Dirigir vendedores é bem mais
IESE -
Instituto de Estudos
Superiores da Empresa
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IESE - Instituto de
Estudos Superiores da Empresa é uma escola privada fundada em 1958.
O IESE Business School como é conhecido nos meios empresariais é a
escola de pós-gradução em Administração de Empresa da Universidade
de Navarra. Localizada no
coração financeiro de Madri, o
iese
é uma das melhores Business Schools do Mundo (confirmado por
the Financial Times, The Economist, The Wall Street Journal,
etc) sendo classificada constantemente entre as 5 melhores
da Europa e entre as 20 melhores do Mundo. Com um perfil
essencialmente empreendedor, criativo e inovador, o IESE
atrai anualmente alunos do mais alto nível, procedentes de
mais de 65 países.
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Outros
excelentes artigos traduzidos e publicados pelo Jornal SDR,
da
IESE
- Instituto de
Estudos Superiores da Empresa:
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