IDOSOS
NÃO FAZEM CASO AOS MÉDICOS
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos entre julho e outubro de 2004 concluiu que dois de cada cinco idosos não tomam os medicamentos receitados pelo médico, por diversas razões.
Entrevistada a pesquisadora que dirigiu o estudo e analisou as entrevistas. A doutora Dana Gelb Safran, do
Health
Institute,
Tufts-New
England Medical Center
disse que o motivo não é o custo do medicamento. Muitas vezes é por que não querem.
Tentando solucionar o que o governo considera um problema, em janeiro deste ano entrou em vigência uma regulamentação que obriga a rebaixar os preços dos medicamentos à pessoas da terceira idade.
Mas isso resolveria só uma parte do problema, segundo os pesquisadores, por que o custo não é o único fator que faz com que a maioria não obedece as recomendações médicas.
Muitos não acreditam que necessitam do remédio em questão, ou temem os efeitos colaterais.
Mais que um problema econômico é um que alude a interação médico-paciente, disse Safran. Eu acredito que os médicos deveriam deter-se a para perguntar duas coisas:
uma é, se podem pagar pelo remédio e a outra é como toleram os que receitam.
A pesquisa de 2004, auspiciada pela Kaiser Family Foundation e o
Commonwealth Fund,
abrangeu uma mostra de 36.901 de pacientes de Medicare. As respostas dos 18.000 que responderam foram publicadas este mês e tem uma margem de erro de mais ou menos 1%. Respostas:
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1) Quando lhes receitam vários medicamentos de uma vez, dificulta o cumprimento. 46% dos entrevistados respondeu que tomam mais de quatro medicamentos.
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2) A quarta parte dos que responderam disseram que não tomam os que são receitados por causa do custo. Esse problema teve muita difusão na imprensa e motivou a aprovação do beneficio de Medicare.
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3) Mas também quase a quarta parte respondeu que não obedece seu médico por considerações que nada tem a ver como econômico. Por que o remédio os fazem se sentir mal, ou porque não acreditam que lhes ajude em algo, ou por que já tomam remédios demais.
Estas coisas, disse a doutora Safran,
devem começar a ser
conversadas entre médico e paciente.