TENDÊNCIA: alimentos funcionais
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Dannon Company, divisão norte-americana do Danone Groupe
(LEIA A HISTÓRIA DO IOGURTE), lançou um novo iogurte: Activia, que ajuda a acelerar o que os nutricionistas chamam "o tempo do trânsito intestinal". Ao não mencionar termos médicos, a
FDA - Food and Drug Administration
não intervém. Activia é um iogurte fortificado que, diz a companhia, ajuda a pessoa com problemas digestivos.
Com o aumento de pessoas que sofrem de diabetes, pressão alta, artrite e desordens digestivas, cada vez são mais os marketeiros que vendem o que a indústria alimentícia chama "alimentos funcionais", que prometem benefícios para a saúde, como reduzir colesterol, melhorar sistema imunológico e facilitar problemas intestinais.
Com o envelhecimento geral da população estadunidense, este tipo de soluções que pelo geral pertenceu sempre a área dos laboratórios farmacêuticos, as empresas de alimentos embalados vêem uma enorme oportunidade de marketing.
Uma equipe de ex-executivos de Procter & Gamble (leia a história da marca), lançou "Elations", uma nova bebida que promete "flexibilidade nas articulações" e que contém glucosamina, um suplemento nutricional que, acredita-se, intervém na formação e reparação de cartilagem e favorece a elasticidade.
O mês que vem PepsiCo (leia a história da marca) começará a vender uma nova versão de sua laranjada
"Tropicana", mas esta vez com três gramas de fibra por porção. Somará-se a outras marcas de Tropicana que já estão melhoradas com várias vitaminas e minerais que prometem benefícios para o coração, o sistema imunológico e também fortificar os ossos das crianças.
Com afirmações assim generais, as empresas iludem as regulações da FDA - Food and Drug Administration, o
órgão de controle que exige rigorosos processos de verificação só quando as promessas se referem a doenças específicas.
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mas como os marketeiros só falam de coisas como "funcionamento normal do corpo" não se põe ao alcance do olho da FDA e com isso podem sair
ao mercado com novas roupas para o mesmo santo...
Assim, o marketing de Dannon promete que Activia ajudará a "regular o sistema digestivo", mas não usa a palavra "CONSTIPAÇÃO". Os avisos e a embalagem de Elations se referirão a flexibilidade
"articular" e "facilidade de movimento", não artrite.
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O mercado para alimentos funcionais: - Faith Popcorn, a analista de tendências que preside
a empresa BrainReserve, opina que as pessoas ficam nervosas com muitos fármacos e que os alimentos inspiram mais confiança. Em sua opinião, à gente lhe encanta saber que um alimento que sempre lhe agradou consumir também é bom para sua saúde. Segundo uma enquete realizada por BrainReserve em 2004:
Ainda que muitos cientistas destacam os poderes curativos de uma dieta baseada em grãos integrais e muita fruta e vegetais, outros muitos recebem com cepticismo a idéia de que as doenças deveriam tratar-se mediante alimentos embalados.
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Alice H. Lichtenstein, cientista do centro de investigação nutricional da Univ. de Tufts, opina que a pessoa que precisa nutrientes adicionais ou fibra extra deveria obtê-los mediante um complexo vitamínico.
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As empresas alimentícias dizem que a muitas pessoas não lhes agrada tomar comprimidos e que lhes resulta mais fácil obter os nutrientes ou suplementos numa comida ou bebida que de qualquer maneira consumiriam.
De qualquer maneira, a julgar pelo ocorrido nos últimos 10 anos, resulta difícil impor os alimentos funcionais. Em 1999, Kellogg dedicou muitos esforços e recursos a
Ensemble, uma linha de cereais, bolachinhas, lasanhas, comidas congeladas e batatas de forno que continham todos uma fibra solúvel com poderes para reduzir colesterol.
Aos nove meses teve que a tirar do mercado por falta de resposta dos consumidores. Também não lhe foi muito bem a Cadbury Schweppes com 7UP Plus, uma soda fortificada com cálcio e vitamina C e comercializada como boa para os ossos. Mas a companhia segue entusiasmada com o produto e projeta uma grande campanha publicitária para o primeiro trimestre deste ano.
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