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Esta
história é contada por meu pai, Roberto Herbert Gretz, em seu livro
"As preocupações e as
soluções". É verdadeira e passou-se em Itapeva
(interior de São Paulo) quando a cidade ainda tinha o nome de Faxina.
Um
homem chamado Antônio Rodrigues gostava muito de pescar, e também de
mascar fumo e de cuspir. Tinha uma vara de taquara com uns sete metros
de comprimento, um barbante amarrado e um enorme anzol de pegar bagre.
Era barbante mesmo, porque nesse tempo não havia por lá outro tipo de
linha para pescar.
Antônio
chegou ao rio Taquari para pescar os bagres que iria vender na manhã
seguinte, na praça da cidade. Calçando chinelos, levava com ele um
velho balaio, um cesto de taquara, uma latinha com minhocas, um facão
na cintura para afugentar as onças e um enorme cigarro de palha de
milho, que ele ia tragando e cuspindo na água do rio.
Os
peixes iam ficando atordoados com o gosto do fumo. Assim ficava mais fácil
para ele fisgar os peixes e os pernilongos fugiam dele por causa da fumaça
daquele fumo de corda.
Antônio
colocou uma minhoca no anzol e começou a pescar. Fisgou o primeiro
bagre e colocou no cesto que estava pendurado no galho de uma árvore.
Logo pegou outro e mais outro e mais outro, e completou doze bagres.
Ele
cantava de alegria, sem perceber que aquele cesto tinha sido roído por
um rato e estava com um buraco no fundo. O peixe que ele ia colocando no
cesto saia pelo fundo e depois voltava de novo no anzol.
E
assim ele pescou o mesmo bagre doze vezes! Pensou que tinha pescado
doze peixes, mas quando terminou a pesca ele só tinha um. Os onze
primeiros eram sempre o mesmo, pois, ao que tudo indica só havia um
bagre naquele rio.
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MORAL:
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Se
não estivermos atentos, avaliando o resultado do nosso trabalho a
cada momento, todo o esforço pode tornar-se inútil por causa de um
pequeno detalhe, como o furo no fundo do cesto.