sistema de representação comercial e vendas
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O que é o marketing de boca-a-boca afinal de contas?. . Há um novo termo de marketing que vem ganhando críticas entusiasmadas de muita gente. Em artigos publicados em revistas populares, nas salas de aula, bem como nos grandes meios empresariais e em consultorias chiques de marketing, de repente já não se pode mais falar sobre um novo produto sem fazer referência ao “marketing de boca-a-boca”.
O que é o boca-a-boca?: - Em termos bem simples, o marketing de boca-a-boca consiste em reunir voluntários e pedir-lhes que experimentem determinados produtos. Em seguida, essas pessoas são enviadas para lugares diversos com a missão de falar sobre a experiência que tiveram com os produtos experimentados às pessoas com quem se relacionam diariamente. Quanto mais as pessoas vêem um determinado produto utilizado em público, ou quanto mais ouvem a seu respeito por parte de pessoas conhecidas e em quem confiam, maior é a probabilidade de que venham a comprá-lo. Essa é a idéia.
Durante anos, as pessoas sempre souberam do poder do boca-a-boca para convencer, influenciar e determinar o comportamento do consumidor, assinala Jerry Wind, professor de Marketing.
Contudo, só recentemente as empresas decidiram criar uma estrutura em torno dessa prática com o objetivo de direcionar a disseminação desse comportamento e tentar mensurar seu efeito sobre as vendas na conclusão da “campanha”. O boca-a-boca não é nenhuma novidade. O que é novo é toda essa comoção em torno dos diferentes agentes dessa prática, diz Kahn. O marketing de boca-a-boca pode assumir diferentes formas. Algumas empresas escolhem tipos específicos de pessoas para fazer o boca-a-boca.
Gladwell traduziu a idéia de maneira que todos pudessem compreendê-la:
Para que o boca-a-boca funcione de fato, é preciso que eu acredite que a pessoa com quem estou conversando faz diferença, que ele sabe alguma coisa que eu não sei. Caso contrário, esse indivíduo não está me oferecendo nada de novo. A Procter & Gamble foi a primeira a utilizar essa estratégia em larga escala ao contratar milhares de adolescentes “sabidos” para que criassem um boca-a-boca em torno dos novos produtos da empresa alguns bem triviais, como pasta de dentes.
Há profissionais do marketing do boca-a-boca que confiam menos nos deflagradores de tendências e mais em indivíduos com facilidade de fazer “conexões”. Quem quiser espalhar de fato o que quer que seja não de modo lento, e sim como se fosse um mergulho profundo na consciência deve procurar os “conectores”, diz Kahn. . A apresentadora de TV Oprah Winfrey é a rainha dos conectores.
Mas, será que funciona?: - O marketing de boca-a-boca opõe-se frontalmente à publicidade tradicional veiculada pelo rádio e pela televisão a clássica estratégia de “marketing de massa” baseada na premissa de que difundir uma mensagem o máximo possível seria a melhor forma de alcançar o maior número possível de consumidores interessados.
Wind cita uma pesquisa realizada pela CNW Marketing Research em 15 dos maiores mercados de televisão dos EUA como prova de que o marketing de boca-a-boca é ferramenta vez mais importante para as empresas atualmente:
O
comercial de 30 segundos tem cada vez menos força. É preciso que fique
claro que a maior parte do dinheiro gasto com publicidade está
simplesmente sendo jogado fora. Portanto, é preciso que os anunciantes
partam em busca de novas fontes e idéias para divulgar seus produtos, diz
Wind.
Todavia, não é todo produto que se presta a esse tipo de marketing. É preciso que ele seja interessante, diz Kahn.
Há quem receie recorrer ao marketing do boca-a-boca pelo fato de que, por mais bem-sucedido que possa ser, a eficácia dessa estratégia acabará se diluindo inevitavelmente em decorrência do seu uso excessivo e, por que não dizer, por causa do falatório exagerado.
Veja o caso dos pop-ups e do marketing via e-mail. Há cinco anos, quando apareceram pela primeira vez, pareciam interessantes. Hoje estão no limite do insuportável. Passaram de inteligentes, inusitados e realmente criativos para essa chatice de hoje.
O marketing de boca-a-boca deve ser usado com muito discernimento para que seja eficaz, acrescenta. Do contrário, as pessoas se tornarão tão céticas e transtornadas pelo seu uso que resistirão incólumes ao vírus de marketing que os profissionais do setor tentam disseminar. Fader não crê que as empresas consigam salvaguardar esse tipo de marketing, preservando-o como ferramenta eficaz, simplesmente porque não sabem ser comedidas quando descobrem uma nova estratégia de marketing.
A distinção é importante, observa. O marketing de boca-a-boca é apenas um dos vários elementos a que uma empresa pode recorrer no momento em que lança um produto no mercado. Trata-se de uma tática específica. Hoje em dia, porém, as empresas confiam demais nela, e perdem de vista aquilo que deveria ser sua preocupação máxima:
De acordo com Fader, o bochicho criado em torno do marketing de boca-a-boca é semelhante à agitação em torno da Internet em fins dos anos 90, quando tantas empresas equivocaram-se pensando que a Internet e sua tecnologia fosse um novo tipo de estratégia de negócio, e não o canal de vendas e de informações que é de fato. A estratégia, na verdade, compreende toda a abordagem pretendida. Ela consiste em responder a perguntas do tipo:
Os padrões variam:
Depois, é preciso fazer perguntas do tipo:
Essas
são perguntas estratégicas. Montada a estratégia, entra a tática. Deve haver um lugar para a construção do boca-a-boca nas estratégias de marketing de “deslizamento” e “penetração”, diz Fader. Contudo, o marketing do boca-a-boca deve se aliar a outras formas de marketing e criar um padrão de tática capaz de suportar a estratégia como um todo.
Inúmeras empresas começam com a tática e acabam se apoiando nela como se fosse sua estratégia. Receio que as pessoas estejam embarcando em comportamentos desse tipo e perdendo de vista o que realmente importa:
De acordo com David R. Bell, professor de Marketing e autor de um estudo sobre os padrões de compra no varejo feito a pedido da varejista online Netgrocer.com, em geral, é de esperar que o efeito do boca-a-boca seja maior na primeira vez que o consumidor experimenta um produto. A Netgrocer.com, prossegue Bell, despacha produtos não-perecíveis pela FedEx para qualquer parte dos EUA, por isso examinamos os dados de sua clientela para avaliar de que maneira a base de clientes da empresa evoluiu no tempo e no espaço. Nas mercearias tradicionais, diz Bell, os clientes se encontram num raio de 16 quilômetros da loja: No caso de uma loja on-line que despacha para qualquer lugar, não há expectativa alguma de padrão geográfico. Constatamos que havia de fato agrupamentos geográficos bastante evidentes: os novos clientes eram oriundos de áreas residenciais habitadas por clientes antigos da loja. Ficou provado que havia fortes padrões de contágio influência do boca-a-boca.
Bell, porém, descobriu uma outra coisa:
O debate ético: - Para algumas pessoas, o marketing de boca-a-boca suscita não apenas questões estratégicas, como também sérios problemas de caráter ético. Na maior parte dos casos, quando os profissionais de marketing referem-se aos “agentes” desse tipo de marketing, têm em mente cidadãos comuns que se prontificaram a ser cobaias de produtos isto é, não recebem nenhum tipo de compensação financeira para participar desse tipo de experiência, mas recebem em primeira mão os produtos antes do seu lançamento para o público em geral em troca da promessa de falar bem deles caso sejam do seu agrado, informando depois à empresa a reação das pessoas aos seus comentários.
Comportamentos desse tipo esquentam o debate sobre a existência de um elemento inerentemente antiético no marketing de boca-a-boca. Afinal de contas, até mesmo os “agentes”, que não são pagos pelo que fazem, recebem gratuitamente os produtos em troca do seu serviço, e poucos admitem espontaneamente sua condição de agente às pessoas com quem conversam. . Para alguns, a questão ética limita-se a uma vaga pontada de desconforto quando descobrem que a empolgação de um amigo com um novo produto é parte de um esforço orquestrado por uma empresa com o objetivo de criar o boca-a-boca na rua.
Lisa Bolton, professora de Marketing da UNIV. DE WHARTON, tem posições bastante rígidas no tocante ao debate ético. Sei perfeitamente que nem todo marketing de boca-a-boca é subversivo. Muitas vezes, tudo se resume a falar bem de um produto às pessoas que encontramos na rua.
Bolton, professora de comportamento do consumidor na UNIV. DE WHARTON, debateu recentemente com seus alunos o marketing de boca-a-boca. Durante a discussão, vários estudantes se identificaram como agentes de campanhas promovidas por lojas de grife; alguns participavam de campanhas de livros a serem lançados; outros, de novos produtos de consumo. A maior parte dos alunos mostrou-se intrigada com a idéia do marketing de boca-a-boca, e poucos detectaram nisso a existência de um conflito ético.
Seja como for, os alunos não se identificam como agentes a menos que lhe perguntem diretamente, e é aí que está a diferença, diz Bolton. Se o agente do boca-a-boca não deixa claro logo de início que está a serviço de uma campanha de marketing, a interação com o cliente será enganosa e, portanto, antiética.
Normalmente, imaginamos que as pessoas com quem conversamos no dia-a-dia não estão tentando nos vender coisa alguma; quando percebemos que existe essa intenção, erguemos barreiras e tentamos nos proteger. Os alunos de Bolton mudaram um pouco o discurso quando a professora lhes propôs o seguinte cenário para discussão: Imagine a seguinte situação:
Wind discorda. Não vejo problema ético algum, contanto que a empresa forneça o produto à pessoa e essa pessoa tenha plena liberdade para dizer ao cliente o que acha do produto. Se lhes entregamos o produto e os instruímos sobre o que dizer, não os deixamos livres para se expressarem como quiserem. É nesse ponto que a credibilidade sai prejudicada. O consumidor é mais sofisticado do que as pessoas imaginam. O marketing de boca-a-boca é como a oferta de amostras:
Além disso, acrescenta Wind, a dependência do marketing de boca-a-boca pode obrigar as empresas a criar produtos melhores.
No fim, o que importa realmente é fazer diferença em meio a tantas opções, diz Bolton. Se todo o mundo começar a fazer marketing de boca-a-boca, as opções aumentarão. Resta saber quem conseguirá fazer uma campanha mais diferenciada ou eficaz, seja de boca-a-boca ou não. O importante é que funcione. O resto é só barulho. .
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